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Inflação desacelerando, sinal verde para a bolsa de valores?

Indicador principal da inflação, o IPCA, demonstrou desaceleração de 0,23% no mês de maio

- Foto: Burak Kebapci/ Pexels
- Foto: Burak Kebapci/ Pexels

A economia brasileira tem dado sinais de avanço e controle nos últimos meses. Medidas político-econômicas, como o novo marco fiscal e a reforma tributária, têm sido discutidas e avançadas no Congresso Nacional, dando fôlego ao mercado financeiro. Com isso, dados macroeconômicos como o IPCA (Índice Nacional de Preço ao Consumidor Amplo), estão demonstrando sinais de desaceleração.

O principal indicador da inflação no Brasil marcou, no mês de maio, o número de 0,23%, mostrando forte desaceleração em comparação com os 0,61% registrados no mês de abril. O número surpreendeu analistas, e aqueceu a chama para uma possível redução na taxa de juros, atualmente no patamar de 13,75%.

Além do bom resultado visto em maio, o Boletim Focus, divulgado na última segunda-feira (12/06), trouxe uma redução na expectativa para o IPCA acumulado de 12 meses em dezembro, de 5,69% para 5,42%; sendo a quarta semana consecutiva com sinais de diminuição da expectativa para a inflação. Para 2024, o Boletim Focus aponta a seguinte projeção: de 4,12% para 4,04%. Há um mês, era de 4,15%.

Com os indicadores em queda, há sinalização de uma possível redução na taxa Selic aumentando e, consequentemente, impactando os resultados das empresas listadas na bolsa de valores. Segundo Lucas Sharau, assessor na iHUB Investimentos, a expectativa dita o desempenho do mercado.

“A variação dos preços na bolsa de valores é movida por expectativas e essas são movidas pelas informações sobre algumas variáveis que o mercado possui para trabalhar naquele momento, além das respectivas projeções sobre elas”, afirma.

Taxa de juros nos ativos da bolsa de valores

A taxa de juros, na economia, é “benéfica” e torna-se a taxa de remuneração aos investimentos de renda fixa, sendo considerados investimentos “livre de risco”. Do lado da renda variável, de forma técnica, pode-se utilizar da taxa de juros para “descontar” o valor das ações na bolsa de valores, uma vez que é possível precificar uma ação através da soma de seu fluxo de caixa, trazendo-o a valor presente utilizando essa taxa como parâmetro de desconto. 

Levando em consideração o atual cenário, taxa e preço de um ativo são inversamente proporcionais; em outras palavras, quanto maior a taxa, menor o preço. “Em muitos desses modelos de precificação, utiliza-se uma projeção futura da curva de juros do mercado e do fluxo de caixa das empresas, portanto, observa-se maiores movimentações nos preços dessas empresas quando há variações nessas projeções e principalmente quando ocorre de fato o evento de alteração na taxa de juros”, diz o assessor. 

Quando o movimento é de redução na taxa de juros, de uma forma geral, tende-se a uma alta nos preços dos ativos de bolsa, mas, isso não é uma regra, uma vez que não só o impacto pode ter efeitos distintos, como diversos outros parâmetros também podem influenciar no preço das empresas de maneiras diferentes.

Inflação alta x Inflação baixa

Com uma inflação em patamares mais altos, por mais tempo, a análise de seu impacto sobre o preço das ações irá depender muito do setor de atuação da empresa a ser analisada. É necessário levar em consideração as formas de financiamento e faturamento, além de diversos outros fatores do próprio IPCA, como o ritmo de progressão de cada parcela que compõem o índice e os motivos que levaram a esse aumento.

“Uma inflação fora de controle é completamente prejudicial à atividade econômica como um todo e para toda sua população, podendo trazer consequências muito graves como alto desemprego, diminuição da atividade econômica e demais efeitos prejudiciais à saúde financeira do país”, comenta Sharau.

Já num cenário oposto, de inflação sob controle, de um modo geral, o contexto se torna positivo para bolsa de valores.

(Informações da Agência Conttato)

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