Pesquisa

Inflação, juros e eleições influenciam intenção do brasileiro em investir

Para 50% dos entrevistados, o comportamento dos preços é o fator que mais pesa na hora de decidir guardar dinheiro

- Andre Taissin/Unsplash
- Andre Taissin/Unsplash

A inflação é o fator que mais pode influenciar a decisão de um novo investimento este ano, seguido dos juros e das eleições presidenciais. Para 50% das pessoas, a manutenção da inflação em alta pode diminuir consideravelmente a intenção de investir. Se analisadas somente as pessoas da classe D/E, o porcentual chega a 57%.

É o que mostra pesquisa realizada pela ANBIMA (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais) em parceria com o Datafolha, que ouviu 5,8 mil pessoas das classes A, B, C e D/E, de todas as regiões do País.

Para 27% dos entrevistados, o aumento da inflação não impacta na decisão de investir ou não. Por outro lado, para 24%, aumenta a possibilidade de uma nova aplicação.

O segundo fator que pesa negativamente na decisão de investimento da população é a alta dos juros. O comportamento do indicador foi citado por 39% dos entrevistados, sendo que esse porcentual chega a 47% entre a classe D/E. Porém, 30% do total da população enxerga a ampliação da taxa como uma oportunidade de investir seu dinheiro e ter mais rentabilidade. Predominam neste grupo os entrevistados das classes A, B e C.

Para 30% dos entrevistados, os juros não influenciam na decisão de aplicar ou não em um produto financeiro.

Eleições

Questionados sobre as eleições presidenciais, 41% dos entrevistados disseram que o evento é indiferente na decisão de investir ou não neste ano. O porcentual cai para 34% para os entrevistados da classe D/E, mostrando que as classes de renda mais baixas são mais suscetíveis à escolha do novo presidente.

Na população como um todo, 38% reduz a intenção de investir por conta da eleição e 21% cresce a previsão de novas aplicações.

“A pesquisa mostra que o avanço da inflação é o que mais preocupa as pessoas. Além disso, chama a atenção a diferença de percepção em relação a outros fatores como juros e eleições: onde um vê risco, outro enxerga oportunidade. Mas em todos os cenários, mais informação e educação financeira são essenciais para ajudar as pessoas a tomar decisões mais conscientes”, avalia Marcelo Billi, superintendente de Comunicação, Certificação e Educação de Investidores da ANBIMA.

Otimismo com a economia

Mesmo em um ambiente mais incerto e volátil devido às eleições, inflação e juros, a maioria (59%) se mantém otimista sobre a economia em 2022. O porcentual maior é da população da classe D/E, com um total de 62%, enquanto o das A, B e C, ficou em 58%. Entretanto, 27% do total acha que a economia vai ficar pior do que no ano passado, sendo 28% da classe D/E e 26%, das A, B e C.

Raio X do Investidor Brasileiro

Esta é a quinta edição da pesquisa Raio X do Investidor Brasileiro, realizada pela ANBIMA em parceria com Datafolha. As entrevistas aconteceram presencialmente entre 9 e 30 de novembro de 2021, com 5878 pessoas das classes A, B, C e D/E, de 16 anos ou mais, nas cinco regiões do País. A margem de erro da pesquisa é de dois pontos porcentuais, para mais ou para menos, dentro do nível de confiança de 95%.

A opinião e as informações contidas neste artigo são responsabilidade do autor, não refletindo, necessariamente, a visão da SpaceMoney.

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