Os analistas argentinos projetaram um piso de 11% para a inflação do país no mês de agosto, de acordo com o jornal Clarín. O número oficial será divulgado pelo governo argentino na próxima quarta-feira, 13 de setembro.
A previsão do governo argentino para o índice foi mantida em 9%, mas economistas consultados pelo veículo afirmaram que o número pode chegar até 13%, com chance de uma porcentagem semelhante para o mês de setembro.
Entre os fatores que vêm influenciando a inflação estão a incerteza eleitoral, com a vitória do direitista Javier Milei nas eleições primárias (PASO) do país, a defasagem da taxa de câmbio, e restrições às importações. O preço do dólar oficial subiu em 22% no último mês.
Sobre a influência dos resultados as eleições primárias no país nos preços, os consultores da EcoGo observaram:"o preço dos alimentos disparou na segunda semana desde o PASO, após a desvalorização e a corrida aos dólares paralelos. Embora o acordo de Preços Justos tenha sido renovado por um período de 90 dias com aumentos de 5% ao mês, o novo ritmo da inflação levanta dúvidas sobre a possibilidade de ter algum impacto sobre os preços".
O acordo de Preços Justos consiste na política de congelamento de preços encabeçada por Sergio Massa, ministro da Economia argentino. Entre os produtos que tiveram seus preços ajustados, já houveram combustíveis, alimentos e bens de higiene pessoal e limpeza.
A pesquisa da EcoGo referene à quarta semana do mês de agosto registrou uma variação de 5,8% nos preços dos alimentos em relação à semana anterior. Com estes dados, e considerando uma variação semanal projetada de 2,5% para a última semana do mês, a inflação dos alimentos consumidos em casa em agosto subiria para 13% ao mês. Considerando, também, o aumento nos preços dos alimentos consumidos fora de casa (12,2%), a inflação dos alimentos chegaria a 12,9%.
"A incerteza, juntamente com a desvalorização (desordenada, na ausência de um plano de estabilização), coordenam, assim, um novo salto no nível de inflação e criam um cenário complexo para os próximos meses, onde o risco de uma espiral de preços se torna cada vez mais concreto", disse Marina Dal Poggetto, analista da EcoGo.
Para os analistas da consultoria C&T, o índice ficará entre 11 e 12%, e para a FMyA, a estimativa é de 13%.