Preços

Inflação pesa nas compras no supermercado, avalia especialista

De acordo com pesquisa divulgada em abril pela Apas, o acumulado da inflação nos últimos 12 meses chegou a 14,08%

- Artem Beliaikin/Pexels
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Com a pandemia e a influência de fatores econômicos, a inflação volta a ser realidade no dia a dia do brasileiro. Pelos impactos que provocam na população, um dos setores que mais sentem os efeitos com os patamares inflacionários é a alimentação. De acordo com pesquisa divulgada em abril pela Associação Paulista de Supermercados (Apas), o acumulado da inflação nos últimos 12 meses chegou a 14,08%. “Somente esse dado comprova o peso que os alimentos tiveram no bolso do consumidor”, observa o gerente da agência Sicredi Iguaçu PR/SC/SP, Denilson Silva

“A inflação, de forma generalizada, é uma medida de variação dos preços”, diz o gerente da agência Sicredi Iguaçu PR/SC/SP, Denilson Silva. O especialista financeiro explica ainda que o aumento inflacionário tem relação com o desequilíbrio entre uma alta demanda dos consumidores e uma oferta insuficiente de produtos para atender o consumo.

Em 2020, o IPCA, índice que aponta a variação do custo de vida médio de famílias brasileiras com renda mensal entre 1 e 40 salários mínimos, fechou em alta de 4,52%, acima da meta do Banco Central, de 4%. Em abril deste ano, o Painel de Indicadores do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontou uma inflação de 0,31%, com 6,76% no acumulado de 12 meses.

Preços nas alturas

No setor de alimentos é possível selecionar cinco grupos altamente afetados pela inflação. Confira:

1º Óleos

Nessa categoria, a Apas registrou alta de 60,48%. Mais popular na mesa brasileira, o óleo de soja puxou o maior aumento com 93,48%.

2º Cereais

De acordo com levantamento da Apas, os cereais tiveram aumento de 39,68%. O arroz, item básico na mesa do brasileiro, puxou os índices com alta de 57,43%, seguido do feijão, com 13,24%.

3º Carnes

O preço das  carnes bovinas registrou crescimento de  35,89%, segundo a Apas. Cortes que antes eram mais baratos também sofreram reajustes significativos, como patinho (47,91%), acém (47,45%) e músculo (45,96%).

4º Leite

Entre as cinco maiores altas está o leite, com aumento de 11,85%, e derivados como queijo mussarela, com 32,06%.

5º Tubérculos

Com aumento geral de 10,71%, a cebola (27,37%) e a batata (9,58%) responderam pelos maiores acréscimos.

Se não fosse a inflação

Além da inflação, fatores externos também contribuíram para o patamar elevado dos preços dos alimentos na pandemia. Um deles foi o dólar, que fechou em 2020 com alta de 29,33%, em relação ao real. Houve também a ampliação da demanda por produtos agrícolas no mercado internacional, que também interferiu nos preços.

Se não houvesse inflação e alta do dólar, o especialista do Sicredi calcula que a economia em uma compra no supermercado dos itens citados acima (arroz, feijão, carne, óleo, leite, queijo, batata e cebola), por exemplo, poderia chegar a uma variação de 10% a 59%, dependendo do grupo de alimento. 

“Sem dúvida, teríamos um panorama mais favorável ao brasileiro, especialmente quando levamos em conta o número de desempregados divulgado pelo IBGE em abril e que atingiu 14,4 milhões de pessoas”, finaliza.

*Com informações de Central Press

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