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Investidoras destemidas: 7 dicas para mulheres começarem a aplicar

As profissionais do mercado financeiro e as investidoras estão ocupando cada vez mais espaço. Para você ser uma delas, confira essa SpaceDica.

Investidoras destemidas: 7 dicas para mulheres começarem a aplicar

Quem seria capaz de enfrentar o famoso Charging Bull? Uma garota, é claro. A estátua “Fearless Girl” (foto abaixo), “Garota Destemida”, em tradução livre, não fica mais em Wall Street desde 2018, mas as mulheres estão ocupando cada vez mais espaços no mercado financeiro, seja como profissionais ou investidoras. 

Em 2002, elas somavam apenas 15 mil pessoas físicas na bolsa brasileira. Hoje, são quase 500 mil investindo na B3, representando 24% dos investidores dessa categoria, segundo dados da própria B3, em fevereiro de 2020.

Para você, mulher, ajudar a engrossar esse número, confira essa SpaceDica especial do Dia da Mulher. 

1. O primeiro passo é dado em casa

No coração econômico do Brasil, a cidade de São Paulo, quase 40% das mulheres chefiam suas famílias, segundo pesquisa da Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade). Mesmo assim, falar de dinheiro em casa ainda é tabu para muitas. 

“Em várias famílias, a parte financeira ainda é vista como incumbência do marido”, aponta Elenize Ramalho, que começou a investir em 2016 e hoje é trader (como é chamado quem realiza operações de curto prazo na bolsa de valores). “Mesmo que as esposas só trabalhem em casa, sem contribuir para a renda, isso não significa que não devem tomar decisões sobre dinheiro”. 

Tomar consciência sobre quanto se gasta em casa é fundamental para separar parte da receita mensal para os investimentos. Planilhas e aplicativos podem ajudar com o controle. Além disso, discuta com quem mora com você sobre maneiras de reduzir gastos. 

2. Insista em conhecer

“Quando alguma mulher fala algo em fóruns, por exemplo, não é incomum que ela receba respostas com chacota”, conta Mayara Farah, consultora financeira que investe há 6 anos. “Sem contar os estereótipos, de que nós não sabemos lidar com dinheiro e gastamos tudo”. 

O mercado é uma área desconhecida pela maioria dos brasileiros e a distância aumenta para as mulheres, que muitas vezes se intimidam com a preponderância masculina desse universo. 

“O primeiro investimento é em você mesma”, aconselha Elenize. “Não desista de cursos, palestras e grupos, mesmo com as ideias conservadoras que você pode encontrar nesses lugares”. 

3. Ser investidora pode ajudar com a jornada tripla

Além de suas vidas profissionais, as mulheres dedicam 18,5 horas por semana com trabalho doméstico. Enquanto isso, os homens dedicam 10,3 horas, semanalmente, para essas tarefas, segundo dados do IBGE. Detalhe: os cuidados com os filhos não estão nessa equação. 

Entrar no time das mulheres investidoras pode ser uma opção para as mulheres conciliarem todos os papéis que desempenham. Elenize Ramalho está grávida e conta que o mercado financeiro foi a sua alternativa para ser mãe e profissional ao mesmo tempo. 

“Eu trabalho de casa, como trader, fazendo operações na bolsa”, explica. “Claro que continua corrido, mas consigo conciliar meus investimentos, minha casa e meu bebê que está para nascer”. 

4. Pouco dinheiro não é desculpa para não investir

“Quem ganha pouco também tem diversas opções”, aponta Aline Malinowski, assessora na Criteria Investimentos. “Os fundos imobiliários, por exemplo, tão falados no momento, contam com cotas de a partir de R$ 100”. 

Essa dica se torna especialmente valiosa para mulheres, pois elas, infelizmente, ainda ganham 49% a menos que seus colegas homens com o mesmo nível de escolaridade, segundo pesquisa da Catho. E isso também se traduz nos investimentos: elas investiram, em média, R$ 450 a menos que eles no mês de janeiro, aponta levantamento do Guiabolso. 

5. Trabalhe suas características

“Geralmente, as mulheres são investidoras mais cautelosas”, revela Aline. “Querem saber exatamente o que vai acontecer com o dinheiro, fazem aportes pequenos e estão preocupadas com o longo prazo”.

O perfil mais conservador não significa que você deve deixar todo seu capital na renda fixa, que não oferecer bons retornos no cenário atual de juros básicos baixos. Se você te receio de aplicar em investimentos mais arrojados, alguns fundos multimercados, por exemplo, têm risco relativamente baixo, com retorno de até 110% acima do CDI. 

6. A curiosidade (não) matou a gata

“Trace seus planos sem acreditar em promessas milagrosas, pois você só vai se sentir segura quando souber o que está fazendo”, sugere Mayara. E um dos jeitos de adquirir conhecimento, além de buscar informações, é partir para a prática. 

“Meter as caras não significa aportar dinheiro”, explica Aline. Uma opção é abrir conta em uma corretora e levar tempo explorando o sistema, levantando questões e conversando com um assessor. 

“O que pouca gente sabe é que pode falar conosco mesmo não sendo cliente”, diz a especialista. “Pode ser que não sejamos assessor e assessorado para sempre, mas uma primeira conversa ajuda a matar o medo e a curiosidade”. 

7. Procure outras investidoras como você

Apesar de ainda ser um território predominantemente masculino, é possível encontrar presenças femininas que estão se aventurando como investidoras no mercado financeiro. Grupos de estudo, workshops e palestras de mulheres para mulheres são cada vez mais comuns. 

“Quando vemos uma mulher, com quem provavelmente temos várias experiências e receios em comum, falando sobre investimentos, acreditamos que podemos chegar lá também”, explica Aline. “Isso desmistifica o mercado e ajuda a perder o medo”. 

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