Por Fabio Sobreira, Analista CNPI-P da Harami Research*
Para quem já investia em 2022, foi possível observar um ano conturbado, com guerra, crises globais e instabilidade política e econômica.
Agora em 2023, temos novamente um cenário de incertezas, com juros elevados, inseguranças domésticas e desaceleração global, que direcionam à mudança do fluxo do dinheiro.
Então, o que fazer para melhorar seus investimentos?
Primeiramente, é necessário entender quais aplicações valem a pena nesse contexto. A orientação dos analistas para aqueles que já investem é diminuir o percentual de ativos de renda variável na carteira.
Já para quem está começando, a dica é apostar em investimentos de renda fixa, priorizando títulos pós-fixados, cuja rentabilidade exata do ativo só será descoberta na hora do resgate. Porém, cada escolha depende do perfil e das expectativas do investidor.
Segundo especialistas do setor, a perspectiva é que o Banco Central do Brasil (BC) mantenha a taxa básica de juros em torno de 14%, pelo menos até a metade do ano.
Nesse sentido, os títulos de renda fixa – como títulos públicos, CDBs e debêntures – podem ganhar mais espaço na carteira dos investidores.
Aqui a primeira dica é investir em papéis atrelados à inflação, pois o aumento dela vai garantir um retorno equivalente, especialmente em longo prazo.
É preciso apenas ficar de olho para não apostar em títulos muito arriscados, a exemplo do que ocorreu com centenas de pessoas que pagaram debêntures às Americanas e podem nunca receber.
O CDI é outra opção de renda fixa para garantir a reserva de dinheiro. Seja para um investimento de oportunidade, seja para emergência, essa categoria garante mais proteção para o dia a dia e conta com maior liquidez. Nesse caso, a vantagem é a possibilidade de retirar o aporte a qualquer momento.
Ainda no modelo fixo, vale a pena um olhar sobre as possibilidades dos títulos pré-fixados dentro do atual cenário brasileiro.
Essa modalidade de remuneração, diferentemente da pós-fixada, sofre com a dinâmica da marcação a mercado, a qual pode acarretar rentabilidades negativas em determinados períodos.
Entretanto, somente se o investidor sair antes do vencimento do título ele terá prejuízo. Assim, mantendo o título até o vencimento, ele será remunerado pela taxa definida ao aportar o recurso.
Já entre os investimentos de renda variável, como ações e câmbio, os especialistas recomendam mais cautela em 2023, principalmente diante das indicações de desaceleração da economia mundial e das incertezas que ainda existem no cenário doméstico.
Nessa categoria, fundos imobiliários são opções seguras para retorno em curto prazo e com possibilidade de bons dividendos. Investir em ações pode ser a melhor opção para quem busca retorno em um prazo maior, focando mais no futuro. Mas, novamente, tudo depende do seu perfil.
O fato é que, quando a carteira é diversificada, o investimento pode valer a pena e render resultados altos. Diluir recursos investidos entre ativos de renda fixa e de renda variável é a melhor opção, realizando pequenos aportes ao longo do tempo.
Hoje, mercados europeus e chineses despontam como tendências, por exemplo, diferentemente de alguns anos atrás, quando assustavam investidores.
Independentemente do cenário, o mercado financeiro é sempre cheio de possibilidades e, entre tantas opções, o que vale sempre a pena é obter informações, seja estudando, seja com especialistas, para mitigar riscos e garantir o sonho de multiplicar os recursos na Bolsa de Valores.
As informações são de NB Press Comunicação.