Economia

IPCA-15: inflação de novembro favorece ciclo de corte da Selic, dizem analistas

Warren Investimentos projeta que a inflação oficial do País feche 2023 em torno de 4,5%

-
-

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – 15 (IPCA-15) foi de 0,33% em novembro e ficou 0,12 ponto percentual (p.p.) acima do resultado de outubro (0,21%). 

No mesmo intervalo de 2022, a taxa foi de 0,53%.

No ano, o índice acumula alta de 4,30% e, em doze meses, de 4,84%, e abaixo dos 5,05% registrados nos doze meses imediatamente anteriores. 

“A leitura do IPCA-15 referente a novembro firma prescrição de mais duas reduções de 50 pontos-base nas reuniões de dezembro e janeiro” avaliou Antonio van Moorsel, estrategista-chefe da Acqua Vero Investimentos.

Com isso, a taxa básica de juros Selic seria conduzida a 11,25% no primeiro bimestre do próximo ano – menor nível desde maio de 2022.

“À vista da mais recente evidência do perfil benévolo da inflação corrente, convém pontuar que o ritmo da flexibilização em curso poderia ser mais intenso. Entretanto, o cenário externo, caracterizado pela incerteza no que tange à política monetária norte-americana, e o quadro fiscal brasileiro, dominado pelo ceticismo local, mina a confiança da autarquia e, por conseguinte, barra a aceleração deste processo” completou.

Andréa Angelo, estrategista de inflação da Warren Investimentos, sinalizou que a leitura do índice continua a mostrar “abertura qualitativa muito boa”, com desaceleração consistente das medidas de serviços subjacentes e dos núcleos.

“Nossa coleta proprietária para Black Friday capturou o sinal da deflação para esta leitura. A saber, a medida de serviços subjacentes dessazonalizada de média móvel 3 meses apontou 2,78%, abaixo da meta de inflação. A mediana dos principais núcleos então em torno dos 3%”, apontou.

De acordo com as projeções da especialista, a inflação encerraria o ano encerraria em 4,54%. Para 2024, segue com projeção de 4,4%.

Para a gestora Equus, após atingir seu último pico em abril de 2022, a inflação entrou em uma trajetória de queda que a levou de volta para a meta estabelecida pelo Banco Central (BC), de 3,25% com tolerância de mais ou menos 1,5%. 

“Os dados de inflação das principais economias globais apontam um comportamento similar ao da inflação brasileira. Após terem seus picos principalmente ao longo de 2022, a inflação desses países também demonstrou sinais de arrefecimento principalmente graças ao trabalho dos seus respectivos Bancos Centrais, que aumentaram de forma significativa suas taxas de juros”, destaca.

Sair da versão mobile