Ipea

Ipea mantém previsão do PIB para 2021 em 4,8%

Publicação trás também previsões mensais para indústria, comércio e serviços

- Marcello Casal Jr/Agência Brasil
- Marcello Casal Jr/Agência Brasil

O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) prevê um resultado próximo da estabilidade para o Produto Interno Bruto (PIB) no segundo trimestre deste ano.

De acordo com uma análise trimestral divulgada nesta sexta-feira (27), os pesquisadores projetam um crescimento de 4,8% e 2,0% para 2021 e 2022, respectivamente.

Na análise dos indicadores econômicos, a recuperação do setor de serviços se destacou e, de acordo com a Ipea, seu desempenho neste semestre deve continuar sendo estimulado por causa do avanço da vacinação contra a covid-19. 

A alta de 1,7% do setor de serviços em junho foi a décima segunda variação positiva em treze meses, com destaque para os serviços prestados às famílias, que avançou 8,1% na margem e 72,7%, em relação ao mesmo mês em 2020, de acordo com a Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Apesar do avanço, o setor continua com um crescimento 22,8% menor do que o observado em fevereiro de 2020, período pré-pandemia.  

Para o mês de julho, os pesquisadores estimam que a receita de serviços apresente alguma acomodação, com queda de 1% na série sem efeitos sazonais, atingindo uma alta de 14,2%, em relação ao mesmo período do ano passado.

Outro setor que apresentou alta foi o varejista. Segundo a Pesquisa Mensal do Comércia (PMC), o setor apresentou uma alta de 3% e, para o mês de julho, a estimativa do Ipea é que o resultado fique perto da estabilidade, com um pequeno recuo de 0,4%.

A alta do varejo pode ser explicada pela retomada de alguns programas de ajuda do governo, como o Auxílio Emergencial e o Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda. 

Para o setor da indústria, o Ipea estima que a produção de julho tenha recuado 1% na série sem efeitos sazonais, com alta de 1,4% na comparação com o mesmo período de 2020. Os dados divulgados pela Pesquisa Industrial Mensal (PIM-PF) do IBGE apontaram que a produção física da indústria teve uma queda e 2,5% no segundo trimestre de 2021.

O setor continua a enfrentar escassez de matéria-prima e aumento de custos devido a pandemia e, além disso, o ritmo de recuperação lento observado nos indicadores de mercado de trabalho, juntamente com a aceleração da inflação, constituíram dificuldades para um crescimento maior da demanda interna.

Em relação ao setor agropecuário, o estudo utiliza as novas previsões de crescimento do PIB agropecuário divulgadas ontem em outra nota de conjuntura, que foram reduzidas de 2,6% para 1,7% em 2021. A redução da previsão de crescimento deve-se, principalmente, a uma estimativa menor do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA) para a safra de milho, cuja queda passou de 3,9% para 11,3%.

Os pesquisadores do Ipea destacaram que existem fatores de risco que podem alterar esse cenário, como a atual crise hídrica e a recente piora no quadro de contágio da covid-19, em função da variante delta, no país e no mundo.

Segundo Leonardo Mello de Carvalho, um dos autores do estudo, o crescimento previsto para 2022 possui um viés de baixa. "No final de setembro, quando revisaremos novamente o nosso cenário macroeconômico, existe uma chance de que essa previsão para o crescimento do PIB seja reduzida", explicou.

*Com informações da Assessoria de Comunicação da Ipea

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