Indicadores Econômicos

IPP: inflação da indústria fica em 0,56% no mês de fevereiro, diz IBGE

No índice que registra os últimos 12 meses, a taxa foi de 20,05%

Fábrica da ThyssenKrupp AG em Duisburg, Alemanha - Reuters/Wolfgang Rattay
Fábrica da ThyssenKrupp AG em Duisburg, Alemanha - Reuters/Wolfgang Rattay

Os preços no setor industrial em fevereiro de 2022 tiveram alta de 0,56% em relação a janeiro. Na passagem de janeiro para dezembro, a variação foi de 1,20%.

No índice que registra os últimos 12 meses, a taxa foi de 20,05%. Em janeiro, havia sido de 25,53%. No acumulado do ano o indicador atingiu 1,77%.

As informações, divulgadas nesta quarta-feira (30), são do Índice de Preços ao Produtor (IPP), medido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Pelo terceiro mês seguido a indústria extrativa é o destaque com a maior variação, 8,34%, e a maior influência: 0,44 p.p., em 0,56% do resultado do IPP. 

O IPP mede a variação dos preços de produtos na “porta da fábrica”, isto é, sem impostos e frete, de 24 atividades das indústrias extrativas e da transformação.

Dessas, 15 apresentaram alta. Os quatro setores com maiores variações, em termos absolutos, foram: indústrias extrativas (8,34%); fumo (-2,92%); madeira (-2,73%); e metalurgia (-2,55%).

De acordo com o analista da pesquisa, Murilo Lemos Alvim, o resultado desacelerou em relação a janeiro, mas o indicador de dezembro foi inferior ao registrado em fevereiro, o que mostra que não se pode afirmar que é uma tendência de queda.

Ele explica que parte da desaceleração de fevereiro está relacionada ao câmbio.

“O resultado de fevereiro tem ligação com a variação cambial, pois o mês registrou a maior queda do dólar em 20 meses. A moeda norte-americana caiu cerca de 6%. Essa depreciação do dólar pode ser observada tanto no acumulado do ano (mais de 8%) quanto no acumulado em 12 meses (mais de 4%). Se pegarmos as quatro atividades que se destacaram com as maiores variações, três tiveram queda de preços. São as atividades que têm impacto direto do dólar: fumo, madeira e metalurgia. Há diversos produtos exportáveis e isso se reflete no preço que será recebido pelo produtor em real; se o dólar cai ele vai receber menos. Há ainda vários setores que dependem de insumos importados, com o dólar mais baixo o preço desses insumos ficará mais baixo”, analisa Alvim.

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Na indústria extrativa, tanto óleo bruto de petróleo quanto minério de ferro, commodities com preços cotados no mercado internacional, tiveram altas de preços.

“As consequências da guerra entre a Rússia e a Ucrânia não tiveram um impacto claro no resultado do IPP. O início da invasão na Ucrânia aconteceu no fim de fevereiro; e as principais sanções econômicas contra a Rússia, ocorreram a partir de março. O que provocou a alta das duas commodities foi a redução da oferta, junto com uma demanda aquecida”, diz o analista do IPP.

Já o setor de automóveis teve em fevereiro variação de 0,28%, 20º resultado positivo consecutivo neste indicador. Com isso o setor acumula uma variação de 2,55%.

E a variação acumulada nos últimos 12 meses apresentou um aumento de 14,79%, abaixo dos 15,94% observados em janeiro, que também havia sido o maior resultado da série para este indicador.

Mais sobre a pesquisa

O IPP acompanha a mudança média dos preços de venda recebidos pelos produtores domésticos de bens e serviços, e sua evolução ao longo do tempo, sinalizando as tendências inflacionárias de curto prazo no país. Trata-se de um indicador essencial para o acompanhamento macroeconômico e um valioso instrumento analítico para tomadores de decisão, públicos ou privados.

As informações são da Agência de Notícias IBGE.

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