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Itaú (ITUB4) e Santander (SANB11) rebatem declarações de CEO da Americanas (AMER3)

Executivo apontou os bancos como responsáveis por suavizar o texto das cartas de circularização

- Americanas - Divulgação
- Americanas - Divulgação

Em depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Americanas, instalada na Câmara dos Deputados, na última terça-feira (13), o CEO da varejista apontou os bancos Itaú (ITUB4) e Santander (SANB11) como responsáveis por suavizar o texto das cartas de circularização, usadas como parte da auditoria, em relação aos financiamentos para o pagamento de fornecedores conhecidos como “risco sacado”, no âmbito das demonstrações financeiras da companhia.

De acordo com Leonardo Coelho, documentos com trocas de e-mails indicam que a diretoria tinha uma versão falsa do balanço da empresa para ser apresentada ao conselho de administração e ao mercado.

O Itaú reconheceu, em nota, que alterou a forma como reportava as operações de risco sacado da Americanas nas chamadas cartas de circularização para os auditores da empresa a partir de 2018, mas ponderou que não ocultou as transações com a empresa.

De acordo com o banco, foram excluídas as operações contratadas por fornecedores, uma prática que começou a ser adotada pelo mercado naquele momento. No entanto, a instituição passou a colocar no documento a informação de que fazia antecipação de recebíveis emitidos contra a empresa.

Esse dado, afirmou o Itaú, permitia que “as empresas de auditoria conhecessem sua existência e questionassem sobre seu saldo, caso necessário”.

Já o Santander afirmou, em nota, que a empresa confessou em fato relevante que “as demonstrações financeiras da companhia vinham sendo fraudadas pela diretoria anterior da Americanas”.

De acordo com o banco, a própria empresa mencionou que a diretoria anterior ocultou do mercado a real situação de resultado e patrimonial da companhia. “Isso, por si só, comprova taxativamente que a única e exclusiva responsabilidade pelas ‘inconsistências contábeis’ da Americanas, por intermédio da sua antiga diretoria.”

O Santander acrescenta que “as cartas de circularização são apenas uma entre muitas fontes de auditoria e que sempre informou integralmente todos os saldos das operações da companhia no Sistema Central de Risco, mantido pelo Banco Central (BC), que inclusive poderia ser fonte de auditagem”, afirmou o banco.

As informações são de Talita Nascimento para o jornal O Estado de S.Paulo e de Talita Moreira, Raphael Di Cunto e Marcelo Ribeiro para o jornal Valor.

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