Juro baixo e corretoras favorecem gestoras independentes, que podem captar R$ 100 bi em 2 anos, diz Moody’s

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A crescente relevância das plataformas digitais de corretoras independentes criou uma nova dinâmica no processo de investimento, particularmente para os investidores de varejo no Brasil. Estas plataformas estão proporcionando maior autonomia na alocação de investimentos, permitindo que investidores de varejo invistam diretamente em gestoras independentes e, de forma mais ampla, no mercado financeiro, afirma a Moody’s Investors Service.

Além disso, uma combinação de ambiente de taxas de juros historicamente baixas no Brasil com o surgimento de plataformas digitais de investimento continuarão a favorecer a migração dos fundos de renda fixa para portfólios de gestoras independentes especializadas em fundos de ações e multimercado, afirma Farooq Khan, vice-presidente assistente da Moody’s.

Captação de até R$ 250 bilhões

Com maior facilidade para captar recursos e atrair investimentos em novos produtos, pequenas gestoras independentes ganharam, desde 2016, 4 pontos percentuais de participação de mercado e continuarão a aumentar seus ativos sob gestão. A Moody’s estima que um fluxo entre R$ 150 bilhões e R$ 250 bilhões migrou para fundos via plataformas digitais, o que representa aproximadamente 3,2% a 5,4% dos ativos sob gestão no setor de fundos no Brasil. Além disso, mais R$ 100 bilhões podem migrar via plataformas em 2019 e 2020. Em contrapartida, os maiores gestores de ativos do Brasil estão explorando canais digitais e reposicionando sua oferta de produtos com maior ênfase nos fundos multimercados e de ações.

Risco de resgates

Entretanto, em um ciclo de aumento das taxas de juros e queda nos mercados acionários, pode haver uma fuga de recursos das gestoras menores, altamente dependentes da captação de fundos por meio das plataformas. Dado o tamanho relativamente pequeno dos mercados de capitais no Brasil, ainda é cedo para afirmar se os investidores entraram em determinadas classes de ativos sem entender os riscos envolvidos.

O alerta da Moody’s faz sentido diante de outros episódios de forte crescimento desses gestores independentes. Em momentos de instabilidade ou crise, com os fundos registrando perdas, muitos investidores despreparados sacaram seus recursos, ou foram levados a sacar por grandes distribuidores. O efeito sanfona dependerá da capacidade dos gestores de esclarecer as oscilações para seus clientes e mostrar que mesmo com períodos de perdas a gestão ativa traz ganhos maiores no médio e longo prazo.

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