Nesta quinta-feira (22), o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou dezesseis nomes que formarão a equipe ministerial de seu futuro governo. São eles, por ordem de anúncio:
- Relações Institucionais: Alexandre Padilha
- Secretaria–Geral da Presidência: Márcio Macedo
- Advocacia–Geral da União: Jorge Messias
- Saúde: Nísia Trindade
- Educação: Camilo Santana
- Gestão: Ester Dweck
- Portos e Aeroportos: Márcio França
- Ciência e Tecnologia: Luciana Santos
- Mulheres: Cida Gonçalves
- Desenvolvimento Social: Wellington Dias
- Cultura: Margareth Menezes
- Trabalho: Luiz Marinho
- Igualdade Racial: Anielle Franco
- Direitos Humanos: Silvio Almeida
- Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior: Geraldo Alckmin
- Controladoria–Geral da União: Vinícius Carvalho
Antes dos anúncios, Lula relembrou que ainda faltavam treze indicações e sinalizou que os nomes remanescentes serão divulgados entre as próximas segunda-feira (26) e terça-feira (27).
Entretanto, os dezesseis ministros divulgados hoje somados aos cinco nomes informados anteriormente somam vinte e uma indicações ao total. Rui Costa, futuro ministro-chefe da Casa Civil, afirmou no último sábado (17) que seriam, ao todo, trinta e sete ministérios. Portanto, faltam dezesseis novas nomeações.
Transição
O dia de hoje ainda foi marcado pela apresentação do relatório final da equipe de transição, com apontamentos sobre os últimos quatro anos do governo Jair Bolsonaro (PL).
“A equipe encontrou alto grau de destruição do Estado brasileiro”, resumiu a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann. “O governo federal andou para trás. Na questão da educação, tivemos um enorme retrocesso”, afirmou o vice-presidente eleito Geraldo Alckmin (PSB), em sua fala com trechos principais do documento.
Em agricultura, Geraldo Alckmin apontou a redução de até 95% dos estoques de arroz na CONAB e responsabilizou a diminuição pelo aumento do preço de alimentos que, por consequência, agravou a insegurança alimentar.
Na infraestrutura, apontou que cerca de 93,0% das rodovias federais estão sem contratos de manutenção e prevenção. De acordo com o vice-presidente eleito, a equipe de transição contabilizou 14.000 obras paradas em todo o País.
“Isso não é austeridade, é ineficiência de gestão. Gestão que precisa ser recuperada, em uma tarefa hercúlea que vem pela frente”, disse.
Na habitação, o vice-presidente eleito afirmou que o governo Jair Bolsonaro (PL) “praticamente zerou a faixa um, a mais importante do ponto de vista social (de famílias que recebem menos que R$ 1.800,00)”. “Se tirou a possibilidade dessas pessoas de menor renda terem acesso à casa própria”, acrescentou.
Em transparência, a equipe de transição apontou que 66% dos pedidos de acesso à informação foram negados pelo governo Jair Bolsonaro.
No meio ambiente, o relatório traz a informação de que houve aumento de quase 60% no desmatamento em regiões amazônicas. De acordo com Geraldo Alckmin, apenas nos últimos trinta dias, houve aumento de 1.216% nas queimadas em áreas florestais.
O vice-presidente eleito afirmou categoricamente que a devastação não era feita por agricultores, “mas por grileiros de terra, quando o grande desafio do mundo se revela na questão de combate às mudanças climáticas”.
Lula disse que, com o estado atual político, essa foi a primeira vez que um presidente da República foi eleito e começou a governar antes mesmo da posse.
A aprovação da PEC e as expectativas pela frente ampla
Em um primeiro momento, as expectativas pela frente ampla no Poder Executivo não foram atendidas. Nomes cogitados como Simone Tebet (MDB) e Marina Silva (Rede) não foram trazidos à imprensa na entrevista coletiva do presidente eleito na manhã desta quinta-feira (22).
Partidos como União Brasil, MDB, PSD e PDT seguem à espera de nomeações que contemplem o apoio dado por líderes expressivos das legendas no segundo turno ao petista. Apesar disso, sinalizou que deve-se esperar indicações que atendam às expectativas.
“Vários partidos enfrentaram conosco a tempestade do fascismo. Não foi só o PT”, lembrou.
Sobre a PEC da Transição, promulgada pelo Congresso Nacional na quarta-feira (21), Lula afirmou que o projeto de emenda constitucional “veio para cobrir a irresponsabilidade do governo que vai sair e que não cumpriu às pessoas o que ele mesmo prometeu”.
“Muitos partidos que não são base do governo aprovaram a PEC numa demonstração de solidariedade ao povo mais pobre desse país”, acrescentou, e, em seguida, agradeceu nominalmente os presidentes da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado Federal, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), além de líderes de partidos políticos e a todos os parlamentares que votaram favoravelmente à aprovação.
O presidente eleito ainda agradeceu a todos que compuseram a equipe de transição e sobretudo aos voluntários. “Sequer utilizamos todos os recursos que estavam disponibilizados e muita gente trabalhou de graça”, afirmou.
Lula reiterou que vai governar com responsabilidade. “Eu não pretendo fazer pirotecnia com esse material, mas quero apenas que a sociedade brasileira saiba como tomamos posse, que Brasil encontramos em dezembro de 2022 depois de quatro anos. Recebemos desse governo uma situação de penúria, em que as coisas mais simples não foram feitas porque o presidente preferia contar mentiras no cercadinho”, disse.