Magalu

Magalu cai mesmo após aquisição em food delivery; realização de ações tech pesa

-
-

Por Leandro ManzoniInvesting.com – As ações do Magazine Luiza (SA:MGLU3) são negociadas com baixa na primeira hora de negociação nesta sexta-feira na B3, com desempenho pior ao Ibovespa. A varejista anunciou ontem (03), após fechamento do mercado, a compra do startup de delivery de comida AiQFome, ampliando a prateleira de serviços para tentar a recorrência de uso de seu marketplace. Os valores da transação não foram revelados. No entanto, a realização sobre as ações de tecnologia pesa sobre o desempenho da varejista.

Por volta das 11h00, os papéis do Magazine Luiza caíam 3,14% a R$ 85,72, oscilando entre a mínima de R$ 83,47 e máxima de R$ 90,44, com volume negociado em R$ 519,33 milhões. O desempenho ainda é melhor do que o de outros papéis de varejo, que lideram as perdas do Ibovespa. Os papéis da B2W (SA:BTOW3) caíam 5% a R$ 97,37 e os da Via Varejo (SA:VVAR3) perdiam 4,64% a R$ 18,32. O Ibovespa operava estável a 100.723 pontos, após chegar a subir mais de 0,5%.

As ações das varejistas, que foram beneficiados com o rali de ações de tecnologia devido à expansão de vendas no e-commerce, sofrem com a realização dos papéis ‘techs’ em Nova York. O índice de tecnologia Nasdaq caía 1,73%, prosseguindo o forte recuo da véspera de 4,96%, enquanto o índice Dow Jones tinha leve alta e o S&P 500 operava em queda.

Quem é AiQFome?

Com sede em Maringá (PR), o AiQFome atende 350 cidades distribuídos em 21 Estados com uma plataforma de 2 milhões de clientes e 17 mil restaurantes, movimentando cerca de R$ 700 milhões por ano em 20 milhões de pedidos. Em média, cada cliente realiza 3 pedidos por mês, avaliando o app como um dos melhores do segmento de food delivery.

O valor da operação não foi revelado. Segundo o diretor financeiro e de relações com investidores do Magazine Luiza, Roberto Bellissimo, o valor não é materialmente relevante.

Além de atender principalmente cidades menores, com população de 15 mil a 300 mil habitantes cada, o AiQFome tem um modelo distinto dos aplicativos de entrega de comida mais conhecidos, como iFood, Rappi e Uber (NYSE:UBER) Eats, já que o aplicativo é usado apenas intermediar a encomenda e o pagamento das refeições, enquanto a entrega fica a cargo dos restaurantes.

O AiQFome será integrado ao superapp do Magalu, que nos últimos anos passou a incluir carteira digital e os e-commerces de Netshoes (NYSE:NETS), Zattini e Época Cosméticos, entre outros.

Segundo Bellissimo, o Magazine Luiza começará em breve a fazer testes com o AiQFome incluindo os serviços de entregas, enquanto amplia investimentos no negócio para atender cidades de maior porte.

“Além de ampliar a oferta de serviços do nosso marketplace, o objetivo com a compra é de que o AiQFome aumente a recorrência de uso do nosso superapp”, disse o executivo a jornalistas em transmissão pela internet.

A aquisição também deixará à disposição o Magalu Pagamentos e Magalu Entrega aos restaurantes.

Visão dos analistas

A Mirae Asset vê a notícia como positiva, apontando que o movimento confirma a ampliação de serviços da plataforma de acordo com a última call dos executivos da empresa com analistas da corretora. A Mirae continua otimista com o papel, esperando novas aquisições e impulsionado por cenário de juros e inflação baixos, além da continuidade do programa de auxílio emergencial do governo federal.

A corretora reitera recomendação de compra com preço-alvo em R$ 95,00, com potencial de valorização de 7% em relação ao fechamento de ontem.

Expansão

A compra do AiQFome dá continuidade às aquisições do Magazine Luiza, que detinha uma posição de caixa líquido de R$ 5,8 bilhões em junho de 2020, após geração de caixa operacional de R$ 2,2 bilhões no trimestre, a maior da história da companhia.

Em 2020, a varejista já havia adquirido  livraria Estante Virtual, a startup Hubsales, a plataforma de geolocalização da Inloco Media e o portal Canaltech. De acordo com o jornal Valor Econômico, o Magazine Luiza prepara sua entrada em lojas físicas no Rio de Janeiro, por meio de uso de imóveis antes utilizados pela Ricardo Eletro.

(Com contribuição de Reuters)

Sair da versão mobile