Inclusão financeira

Tecnologia aumenta a inclusão financeira em países emergentes, diz Moody’s

-
-

O percentual de adultos com contas no banco não ultrapassa os 58% em países cuja maioria da população é de classe média baixa, é o que aponta a agência de rating Moody’s. Nesses países, tradicionalmente localizados na África e partes menos desenvolvidas da Ásia e América Latina, a chegada de novas tecnologias está gerando um aumento na inclusão financeira.

Entre os benefícios trazidos pelo desenvolvimento tecnológico, a companhia norte-americana de serviços financeiros cita, em relatório divulgado nesta quinta-feira (08), a chegada da tecnologia móvel digital. O recurso aproxima áreas remotas de países emergentes e serviços bancários.

A inclusão financeira é definida pela Moody’s por meio de algumas caraterísticas. Entre elas estão a posse de uma conta capaz de armazenar dinheiro e realizar transações, o acesso a crédito e a existência de produtos financeiros destinados a setores específicos da sociedade, como populações rurais, mulheres e microempreendedores.

No Brasil, considerado pelo documento um país de classe média e classe média alta, as contas bancárias alcançam até 73% da população. Porém, o relatório indica que o uso ainda é limitado a poucas transações por mês em grande parcela da sociedade.

Como as tecnologias aumentam a inclusão?

Com a pandemia da covid-19 e as orientações de distanciamento social, cada vez mais pessoas passaram a utilizar a internet para a resolução de pendências bancárias. No Brasil, segundo uma pesquisa feita pela Febraban (Federação Brasileira de Bancos) entre os meses de janeiro e abril, as transações realizadas por meio dos aplicativos de celular cresceram 22%. 

As contas bancárias móveis são, conforme o documento, o ponto de entrada no universo financeiro para muitos. O número crescente de smartphones entre populações de baixa renda é um dos responsáveis por este movimento. Além disso, o uso de pequenas lojas como agentes bancários, prática comum no continente africano, também contribui para o fenômeno.

A falta dos documentos exigidos para a abertura de contas bancárias, outro empecilho comum a populações mais pobres, também foi solucionada pela tecnologia. Impressões digitais, escaneamento de íris e da face combinados a números exclusivos de identificação têm permitido que esse estrato da sociedade tenha acesso aos serviços financeiros.

A onda dos pagamentos eletrônicos

O relatório conclui que, em parte da Ásia e América Latina, a população de baixa renda, que antes se encontrava em um cenário bancários compostos apenas de saques ocasionais de dinheiro, agora passou a realizar pagamentos, recebimentos e transferências por meio dos pagamentos eletrônicos.

Essas transações, além de representarem um avanço na complexidade das operações bancárias em países emergentes, também trazem outro benefício importante: aumentam as chances de acesso a crédito. Antes dificultada pela falta de histórico bancário, a concessão de crédito agora é realizada, especialmente em fintechs, por meio da análise dos dados contidos nos smartphones.

Veja os fatores que influenciam os mercados hoje

Sair da versão mobile