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MRV opera com estabilidade; construtora aumentou vendas no 1º tri

Por Gabriel Codas

Investing.com – Nos primeiros negócios da manhã desta quinta-feira na bolsa paulista, as ações da MRV Engenharia (SA:MRVE3) abriram com importante valorização, mas o ímpeto diminuiu para operar com estabilidade. A companhia reportou que mesmo com fechamento de stands de vendas provocado por medidas de contenção da epidemia de coronavírus e adiamento lançamentos previstos para o primeiro trimestre, teve as vendas do período subindo cerca de 28% na comparação com os três primeiros meses do ano passado.

Por volta das 10h40, os papéis tinham leve queda de 0,07% a R$ 13,43, performance um pouco abaixo do Ibovespa hoje. O principal índice acionário brasileiro opera com ganhos de 0,58% a 79.289 pontos, após abrir com alta de mais de 1%.

As vendas em março, quando começaram a ser implementadas quarentenas por todo o país, e de abril, porém, estão exigindo que a companhia reduza preços de metro quadrado e seja mais flexível na oferta de condições de pagamento, afirmou a maior construtora de imóveis econômicos do país em prévia operacional dos três primeiros meses do ano.

“Foi registrado um aumento na procura por imóveis, inclusive nos meses de março e abril, ainda que a conversão em vendas esteja exigindo a adoção de condições comerciais mais agressivas”, afirmou a empresa na prévia de resultado. A MRV publica seu balanço do primeiro trimestre em 7 de maio.

Avaliação dos analistas

Para o BTG Pactual (SA:BPAC11), os números operacionais do 1T20 foram sólidos (principalmente vendas líquidas). Os analistas ficaram surpresos com o fato de a MRV ter conseguido gerar vendas muito fortes, apesar de ter lançado “poucos” projetos e o fato de o Covid-19 também ter impactado uma parte relevante do trimestre.

Para eles, apesar do curto prazo ser muito incerto para o setor, acreditam que a baixa renda (segmento MCMV) pode ter um desempenho relativamente melhor, pois as vendas foram mais resistentes mesmo durante a crise de 2015-2017 e o governo permanece comprometido com o programa MCMV. A recomendação é de compra na MRV, negociada a 1,4x P / TBV.

Na visão da Mirae Asset, os números do 1T20 forma bem sólidos, mas espera piora no seu desempenho operacional do 2T20 e consequentemente novos crescimentos a partir do segundo semestre, quando recuperação de emprego e a volta do crescimento da economia.

Eles lembram que a empresa e o setor devem continuar recebendo benefícios do governo federal, uma vez que é um gerador de empregos.

Informações operacionais

Segundo a MRV, as vendas líquidas de janeiro a março somaram 1,67 bilhão de reais, recorde para a companhia. Já os lançamentos, caíram 1% na comparação anual, para 1,08 bilhão de reais; e os distratos despencaram 27,8%, para 827 unidades.

A construtora não informou o volume de lançamentos adiados do primeiro trimestre, ou quando pretende retomá-los. A posição de adiamento é semelhante à informada por executivos da Cyrela (SA:CYRE3), que no fim de março afirmaram que a empresa vai esperar uma redução no patamar de incerteza gerada pela pandemia de coronavírus para estimar o nível de lançamentos para o ano.

A MRV afirmou que o preço médio de imóvel vendido no primeiro trimestre foi de 159 mil reais, ante 158 mil nos três últimos meses do ano passado e 150 mil no primeiro quarto de 2019. Já o valor médio dos lançamentos foi de 161 mil reais no primeiro trimestre, 4,8% abaixo do quarto trimestre do ano passado, mas um pouco acima dos 160 mil reais dos três primeiros meses de 2019.

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