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Nada será como antes: como se preparar para o trabalho pós-pandemia

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Que a crise do coronavírus reduz os postos de trabalho não só no Brasil, mas no mundo, já sabemos. “Há projeções que mostram que podemos chegar a uma taxa de desemprego de 20% no país”, conta Celson Hupfer, CEO da plataforma de recrutamento Connekt. “O informal sempre ajudou a cobrir essa conta, mas mesmo os bicos estão afetados”. 

A pergunta agora é: como essa reestruturação de quadros vai acontecer? Na última recessão, entre 2015 e 2016, o sistema era demitir funcionários antigos, com maiores cargos, para reduzir custo e aumentar caixa, lembra Francisca Mainardi, gerente da Michael Paige. “Hoje, o principal desafio é que não sabemos se é isso que vai acontecer”, diz. “Vai haver uma transformação, mas não sabemos qual”. 

A mudança já começou com a adaptação rápida ao sistema de home office. Com o isolamento social para prevenção do covid-19, empresas inteiras adaptaram não só suas estruturas físicas, mas os relacionamentos e funções de funcionários. “Algumas companhias podem perceber que não precisam mais de escritório ou fazer viagens”, aponta Francisca. “Mas isso depende de cada uma”. 

Você está pronto?

No meio de suspensão de contratos e demissões, algumas áreas apresentaram mais demanda do que nunca. Segundo um levantamento de março da Catho, as setores de saúde, supermercadista, farmacêutico e logístico tiveram um boom. “Para profissionais da saúde, por exemplo, houve mais de 3500 vagas novas em apenas uma semana”, aponta Bianca Machado, gerente sênior da plataforma. 

Para além das necessidades básicas, a necessidade de inovação em tempos difíceis também exige profissionais. “As vendas por mídias sociais, por exemplo, passaram a pedir maior capricho”, diz Nayara Cardoso, professora do curso de administração do Mackenzie. “Isso traz a união de forças de profissionais de tecnologia, arte e empresários”.

E o que fazer para antecipar tendências e se manter na crista do mercado de trabalho? A principal maneira é acompanhar empresas na vanguarda. “Preste atenção em ações e movimentos de algumas companhias selecionadas”, recomenda Bianca, da Catho. 

Para a professora Nayara Cardoso, o futuro é multidisciplinar. Não adianta se ater à sua área de formação ou atuação. “As mudanças atuais nos projetam para reflexão e conexão com outras pessoas”, diz. “É um momento de descoberta, do panorama e de si mesmo”. 

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