RLP

O que é RLP: minicontratos futuros com garantia de preço igual ou melhor que os do book 

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As RLPs, sigla para Retail Liquid Provider (em português, Provedor de Liquidez ao Varejo), são um tipo específico de oferta, implantado no Brasil pela B3, a bolsa de valores brasileira, em agosto de 2019. Ou seja: é uma das muitas formas de pessoas operarem negociações de compra e venda na bolsa. 

A maior vantagem dessa oferta é que ela possibilita uma maior liquidez para os investidores; isto é, ela faz com que as operações sejam realizadas de maneira mais fácil e rápida. Isso ocorre porque, nas operações tradicionais, uma instituição financeira (como bancos e corretoras) atua como intermediária entre o investidor e a B3. Enquanto isso, nas ofertas RLP esse intermediário se torna a outra parte da negociação: ele compra ou vende diretamente do investidor, o que reduz os trâmites burocráticos e aumenta a liquidez da operação. 

Ainda não entendeu 100%? Vem cá que a gente explica. 

Além das características que citamos antes, existem algumas outras coisas importantes sobre as RLPs que você precisa saber. Primeiro: ela só pode ser feita em dois tipos de contrato — os minicontratos futuros de Dólar e os de Ibovespa. 

É mais simples do que parece. Esses minicontratos futuros ocorrem no Mercado Futuro, em que as negociações são feitas tomando como base os valores que uma moeda ou uma bolsa atingirão em determinada data. Por exemplo: se você quer vender seus dólares mas acha que eles vão ser valorizados nas próximas semanas, você pode fazer um contrato futuro (ou um minicontrato, mais acessível para pessoas físicas) com alguém que queira comprá-los. As datas e os preços são acordados e, quando esse dia chegar, a operação é realizada. Talvez você tenha lucros; talvez você tenha perdas. Mas uma coisa é certa: você já sabia quanto ia receber por essa venda desde o dia em que a fez. 

Basicamente, é isso. Se quiser saber mais sobre o Mercado Futuro, clique aqui.

 

→ E se eu optar pelo RLP mas acabar perdendo uma oferta do book que seria mais vantajosa? 

Boa pergunta! Mas isso não é possível. A B3 determinou que as intermediárias são obrigadas a, necessariamente, oferecer preços iguais ou melhores do que os que estão sendo oferecidos no book no momento da negociação.

 

→ Então é a corretora que escolhe se meus minicontratos futuros serão operados por RLP?

Não. Segundo a determinação da B3, o investidor tem de concordar expressamente com ser parte dessas operações. Isso costuma ser feito em seções específicas nas plataformas de cada instituição financeira intermediária. 

 

→ Entendi. E por que a B3 e a CVM implementaram esse tipo de oferta? 

De acordo com Margareth Noda, analista da CVM (Comissão de Valores Mobiliários), as RLPs foram autorizadas com o objetivo de estimular o mercado de negociações da bolsa — sobretudo para clientes de varejo, que costumam precisar de velocidade nos saques. Ela explica que, por ora, se trata de uma implementação de teste que durará um ano, sempre sob a avaliação de resultados pela CVM e pela B3. “Serão monitorados, por exemplo: indicadores de liquidez; spreads; e percentuais de negócios realizados em condições melhores do que as indicadas pelos investidores”, comenta Noda.

É por se tratar de um período experimental, também, que elas ainda são realizadas somente com os minicontratos futuros de dólar e índice. 

→ Ainda não confiei 100%. Qual é a pegadinha?

Não tem pegadinha: por um lado, as RLPs permitem que as corretoras ou bancos rentabilizem em cima do alto número de ofertas agressoras de seus clientes (aquelas em que o negócio é fechado com o melhor preço disponível no book naquele momento). Por outro lado, os clientes de varejo podem contar com ordens realizadas com mais liquidez — ou seja, com uma melhor e mais rápida execução das operações — já que é feita diretamente com os intermediários. 

 

→ Para qual perfil de investidor as RLPs são recomendadas? 

Lucas Rabechini Amaral, Head de Renda Variável da XP Inc., explica que essa resposta passa pelos tipos de contrato a que essas ofertas são restritas atualmente – os minicontratos de Índice e de Dólar. E “esses contratos, geralmente, são mais adequados para investidores com perfil agressivo”, comenta Amaral. 

Além desse perfil agressivo de investidores que buscam gerar lucros no Mercado Futuro, há também aqueles recorrem a ele como uma ferramenta de proteção. A SpaceMoney fala mais sobre esse uso nesta matéria.

Você pode conferir a cartilha da CVM sobre as RLPs clicando neste link

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