SpaceMercado

O que Haddad traz em sua agenda de reformas financeiras? Veja aqui!

Dezessete propostas consensuais entre 40 entidades constituem proposta que ser debatida ao longo do ano para ser destravada em 2024 como projetos de lei e outros regramentos

-
-

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), lançou na manhã desta quinta-feira (20), no Rio de Janeiro, uma agenda de reformas financeiras Ciclo 2023-2024.

Em material, o governo federal propõe um "aprimoramento regulatório", com ganho de "eficiência nos mercados financeiro, de capitais, de seguros, de resseguros, de capitalização e de previdência complementar aberta".

Quarenta entidades foram convocadas a contribuir com os debates e apresentaram um total de 120 propostas. Desse número, em dezessete houve consenso. São elas:

  • – 1. Desenvolvimento de Produtos Financeiros;
  • – 2. Hedge no exterior;
  • – 3. Realização de um Cadastro de Investidor Estrangeiro;
  • – 4. Investimentos das Entidades de Previdência Complementar;
  • – 5. Desenvolvimento do Mercado de anuidades;
  • – 6. Seguro Garantia em Licitações;
  • – 7. Seguro Rural;
  • – 8. Regulamentação do PL 2.250/2023, que amplia garantias de operações de crédito;
  • – 9. CNPJ Específico por Patrimônio de Afetação;
  • – 10. Redução de Entraves para Emissão de Dívidas Privadas;
  • – 11. Instrumentos Financeiros ASG (investimentos que consideram fatores ambientais, sociais e de governança na aplicação);
  • – 12. LIG (letras imobiliárias garantidas) no Exterior;
  • – 13. Identidade Digital e Combate a Fraudes;
  • – 14. Recuperação de Crédito;
  • – 15. Consignado Privado;
  • – 16. Modernização de Instrumentos de Crédito;
  • – 17. Negócio Fiduciário.

O secretário de Reformas Econômicas do Ministério da Fazenda, Marcos Barbosa Pinto, foi o primeiro a falar no evento.

Pinto declarou que os temas serão discutidos com setores representativos ao longo dos próximos meses, para, desde o início do próximo ano, começarem a ser transformados em projetos de lei.

O secretário afirmou ser preciso atrair mais empresas ao mercado de capitais e citou que, apesar de poder ser difícil no segmento de ações, pode ser possível atraí-las para o mercado de dívidas.

Ele acrescentou ser necessário fomentar concorrência entre mercado de capitais com o sistema bancário e reduzir spreads no mercado de crédito.

Em outro momento, comentou ser preciso "tirar as amarras e os incentivos regulatórios ou contábeis que fazem com que investimentos em seguros e previdência sejam direcionados para títulos públicos quando poderiam ir para investimentos produtivos".

Pinto afirmou que, quanto à questão tributária, "deve ser preciso evoluir para que o mercado seja mais eficiente, que distorça menos o seu funcionamento". Ele citou o hedge como um exemplo de tributamento ainda pouco transparente na legislação brasileira.

Otávio Damaso, diretor de regulação do Banco Central (BC), elogiou a proposta de integração entre mercado de capitais, seguros e previdência como fundamental.

O executivo citou um notório interesse no processo de tokenização e declarou que, apesar de nenhuma regulação específica estar no radar, iniciativas que o sistema financeiro tem feito como um todo "vão transformá-lo, com novos ativos e novas formas de financiar a produção no Brasil".

Alessandro Octaviani e Alexandre Pinheiro, superintendentes da Susep e de CVM, respectivamente, participaram do encontro.

Já o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou ser necessário mudar o tom institucionalmente e fazer a agenda progredir, apesar da mesma ser carregada, exaustiva.

"Se não endereçarmos essas reformas e fazer o país crescer, as tensões, logo mais, vão se acirrar novamente. Precisamos nos afastar deste ambiente", acrescentou.

O ministro citou o Desenrola, o andamento da Reforma Tributária, a aprovação do Marco Legal de Garantias e a tramitação do novo arcabouço fiscal como fatores que reverteram "diversas decisões tomadas no campo macroeconômico que foram desastrosas para a economia brasileira". 

Ele comentou que o Congresso Nacional tem dado uma "demonstração de maturidade que temos que aplaudir" e "reiterou que esse ambiente de construção e reconstrução tem que ser preservado". Ao político, "interessa organizar o público e privado, de maneira tal que dê segurança".

Quanto às reformas do Imposto de Renda (IR) e sobre consumo, ressaltou que o Ministério da Fazenda tem atuado com cautela, uma vez que o Senado Federal tem se debruçado sobre a PEC do último. Ele afirmou que as mesmas têm que ser neutras entre si e não visam o ajuste fiscal. 

O ministro disse que o ideal, de médio e longo prazo, seria combinar as duas, no sentido de buscar neutralidade e mudar a composição. "Se conseguirmos isso, vamos realmente atingir outro patamar de civilidade nesse País", completou.

Sair da versão mobile