Investing.com – O mercado monitora os proponentes para a compra da rede móvel da Oi (SA:OIBR3), o que tem levado à disparada do preço de suas ações nas últimas semanas na B3. Agora, a empresa telefônica recebeu oferta do BTG Pactual (SA:BPAC11) por 51% de sua rede de fibra óptica, segundo fontes ouvidas pelo Valor, sem revelar valores.
Segundo o veículo, há cerca de dez proponentes para a compra de rede de fibra ótica da Oi.
Oferta
A oferta segue a expectativa do presidente da companhia, Rodrigo Abreu, de vender ainda este ano uma fatia da divisão de fibra óptica da OI. A informação foi dada em entrevista à Coluna Broadcast, do jornal O Estado de S.Paulo, em 24 de junho. Naquela data, Abreu disse que a Oi estava em negociações para a venda de 25% a 51% de participação nesses ativos, que foram batizados de InfraCo, e buscava arrecadar R$ 6,5 bilhões.
Além disso, o executivo revelou naquela oportunidade que as negociações já aconteciam há alguns meses antes e que esperava uma oferta vinculante no segundo semestre. A procura, segundo ele, é alta. Ele também destacou que existe um apetite pelos ativos de infraestrutura e telecomunicações por parte de investidores globais. Sem citar nomes, ele incluiu fundos soberanos, de pensão e private equity.
O objetivo da Oi, após a venda da rede móvel, de torres e data centers, é tornar a InfraCo a unidade principal de negócio da companhia, como subsidiária focada na oferta de infraestrutura e serviços de fibra ótica.
Segundo informações do jornal O Globo de 22 de abril, a Oi tinha 1 milhão de clientes para internet fixa via fibra óptica. Anteriormente, em julho de 2019, tinha 200 mil. O crescimento é resultado de intensificação de investimentos nessa área no ano passado para ampliar a base de clientes e alcance. Uma das estratégias dos investimentos é permitir o reuso de rede, facilitando a empresa de fazer uma ágil expansão dos serviços pelo Brasil afora, tanto na oferta de onexões de ultra velocidade, assim como na oferta de soluções corporativas.
Rede móvel
A empresa é foco de uma intensa disputa pela sua operação de rede móvel, na qual busca arrecadar no mínimo R$ 15 bilhões. No sábado, o consórcio entre suas concorrentes ( Telefonica (MC:TEF) Brasil, TIM (SA:TIMP3) e Claro) informou ao mercado de que fez uma oferta pela divisão da Oi. Em seguida, a Oi recebeu oferta Highline, empresa controlada pela gestora americana Digital Colony, que recebeu prioridade da tele brasileira em recuperação judicial.
De acordo com a edição desta sexta-feira do jornal O Globo, o grupo composto por TIM, Claro e Telefônica Brasil preparam uma forma de reagir para superar a rival, sem revelar valores.
Desempenho das ações em 2020
A notícia da venda da rede móvel está impulsionando as ações da Oi na B3. Os papéis ordinários fecharam a sessão desta sexta-feira com alta de 3,13% a R$ 1,65, com máxima em R$ 1,77, enquanto os preferenciais avançaram 5,95% a R$ 1,78, com pico em R$ 1,80. Durante a semana, acumularam ganhos respectivos de 36,36% e 21,09%.
No ano, os papéis da Oi já chegaram ao fundo do poço devido à crise do coronavírus. Nesse sentido, os papéis ordinários tocaram a mínima de R$ 0,43 em 2020 e os preferenciais a R$ 0,73. No acumulado do ano, as ações estão no terreno positivo, com ganhos respectivos de 91,86% e 43,55%.