Por Gabriel Codas – Investing.com – Nos primeiros negócios da manhã desta terça-feira, as ações da Oi (SA:OIBR3), Vivo (SA:VIVT4) e TIM (SA:TIMP3) operam com fortes ganhos na B3, indo na contramão do pessimismo presente na sessão. Na noite de ontem, a Oi afirmou que as teles TIM Participações, Telefônica Brasil e Claro, da América Móvil, ganharam o direito de igualar qualquer outra oferta maior pelos seus ativos móveis
Por volta das 10h27, as ações ordinárias da Oi subiam 5,44% a R$ 1,94, oscilando entre mínima de R$ 1,90 e máxima de R$ 1,97, com volume negociado em R$ 173,16 milhões, enquanto as preferencias disparavam 21,75% a R$ 3,47, oscilando entre R$ 3,16 e R$ 3,47, com volume negociado em R$ 14,68 milhões.
Já os papéis de Vivo e TIM estavam entre as maiores altas do Ibovespa hoje. As ações da TIM lideravam os ganhos, com alta de 2,78% a R$ 15,15, oscilando entre R$ 15,14 e R$ 15,44, com R$ 31,04 milhões em volume negociado, enquanto Vivo era a terceira maior alta com ganhos de 1,07% a R$ 49,32, oscilando entre R$ 49,30 e R$ 50,82, com R$ 23,79 milhões em volume negociado. O Ibovespa caía 1,67% a 99.648 pontos, próximo à mínima do dia em 99.522 pontos.
Esse contrato de compra é conhecido como “stalking horse” e atua como uma oferta de abertura que outros licitantes interessados devem superar se planejam comprar os ativos.
As três empresas estão em negociações exclusivas com a Oi desde 7 de agosto, após apresentarem uma oferta conjunta de 16,5 bilhões de reais para as operações de celular da empresa, incluindo um contrato de longo prazo para o uso de sua rede de fibra avaliada em 819 milhões reais. A Oi planeja leiloar essa unidade até o final do ano.
A Oi, que entrou com pedido de recuperação judicial em 2016, está vendendo uma série de ativos para levantar fundos e reembolsar os credores.
A companhia fará uma assembleia de credores nesta terça-feira para aprovar seu plano alterado, incluindo a venda de seus ativos móveis.
Assembleia
A proposta da Oi para alterar o plano de recuperação judicial aprovado em 2017 caminha para ser aprovada na assembleia geral de credores marcada para terça-feira, conforme apurou o Estadão/Broadcast.
A proposta de reformulação do plano foi anunciada em junho e prevê a venda de redes móveis, torres, data centers e parte da rede de fibra óptica, levantando mais de R$ 22 bilhões para pagar dívidas e viabilizar investimentos.
Segundo fontes, a companhia terá manifestações favoráveis da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) e dos detentores de títulos de dívidas (bondholders) para seguir em frente com a mudança. Esse segundo grupo concentra mais da metade dos votos na assembleia, suficientes para aprovar a proposta.
A tele, no entanto, enfrenta resistência dos grandes bancos, como Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil (SA:BBAS3), Itaú Unibanco, Bradesco (SA:BBDC4) e Santander (SA:SANB11). Até os últimos dias, parte deles ainda recorria à Justiça para impedir a assembleia.
Os bancos reclamam que a nova proposta da Oi amplia os descontos no pagamento das dívidas em relação ao plano original e gera um conflito de interesses ao permitir o voto dos bondholders, que tiveram dívidas convertidas em ações.
Atualmente, os maiores acionistas da Oi são os donos de títulos Brookfield Asset Management (5,92%), Bratel (5,4%) e Solus (3,47%), enquanto o restante dos papéis da operadora está espalhado no mercado. Para os acionistas, a aprovação das mudanças no plano deve gerar valorização das ações. O plano de recuperação judicial aprovado em 2017 tinha uma cláusula que permitia o voto de todos os credores em eventuais assembleias futuras.
(Com contribuição de Reuters e Estadão Conteúdo)