Durante um encontro realizado hoje (30), o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, confirmou o compromisso do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em cooperar com a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+), a partir de janeiro de 2024, conforme solicitado.
A confirmação ocorre após notícias sobre o convite estendido ao Brasil para se juntar ao grupo de países produtores de petróleo. As informações são da agência de notícias Reuters.
Os ministros do petróleo da Opep anunciaram oficialmente a inclusão do Brasil em seu bloco a partir do próximo ano, destacando a adição de um dos produtores de petróleo de crescimento mais rápido do mundo à sua aliança.
"Esperamos nos unir a este distinto grupo e colaborar com todos os 23 países nos próximos meses e anos", afirmou Silveira.
O ministro expressou sua admiração pela Opep+, composta pela Arábia Saudita e Rússia, elogiando o trabalho "valoroso" do grupo. Segundo ele, a organização desempenha um papel crucial na preservação da estabilidade dos mercados de petróleo e energia, resultando em benefícios não apenas para os países produtores, mas também para os consumidores.
"Este é um momento histórico para o Brasil e para a indústria energética, marcando o início de um novo capítulo no diálogo e cooperação no campo da energia", enfatizou.
Questionado sobre o convite, o Palácio do Planalto, por meio de sua assessoria de imprensa, confirmou o convite durante a visita do presidente Lula à Arábia Saudita, mas ressaltou que o governo brasileiro está avaliando a proposta.
No início deste mês, o secretário-geral da OPEP, HE Haitham al-Ghais, manifestou que a porta para a adesão do Brasil ao grupo estava aberta, considerando o país como um dos maiores exportadores e já não mais como comprador de petróleo.
A decisão da Opep de incluir o Brasil é fundamentada no impressionante desempenho do país na produção de petróleo e gás, registrando níveis recordes em julho, atingindo 4,48 milhões de barris de óleo equivalente (boe)/dia, segundo dados da ANP.
Projeções da Wood Mackenzie indicam um aumento significativo na produção das empresas petrolíferas privadas do Brasil até 2030, em torno de 75%, enquanto a estatal Petrobras (PETR4) espera elevar sua produção em 81% no mesmo período.
A rápida ascensão do Brasil como um exportador significativo de petróleo e a crescente produção têm relevância para a Opep, sendo que a não participação do país poderia representar um desafio para o grupo, com os principais produtores precisando equilibrar o mercado petrolífero.
No entanto, anteriormente, havia preocupações sobre as possíveis restrições de produção que a adesão ao grupo poderia impor ao Brasil. A inclusão fortaleceria a posição do país no controle do mercado, integrando-o a um grupo de grande influência na indústria petrolífera mundial.