Commodities

Ouro atinge máxima de duas semanas

Recuperação ocorre em meio a enfraquecimento do dólar e dos títulos do Tesouro dos EUA

- Jingming Pan via Unsplash
- Jingming Pan via Unsplash

Por Barani Krishnan

Investing.com – Os preços do ouro acumularam máximas de duas semanas, com o nefasto "flash crash" que saudou o metal amarelo no início da semana tomando distância nas memórias, ao passo que um progresso constante é feito nas posições longas nessas últimas 48 horas para reconquista dos níveis de US$ 1.700.

O ouro do mês corrente na Comex de Nova York fechou com alta de US$ 21,60, ou 1,2%, a US$ 1.753,30 a onça.

Foi uma espécie de retorno do contrato futuro de ouro que apenas dois dias antes foi fechado em seu valor mais baixo desde 31 de março, em US$ 1.726,50. Também antes da sessão de segunda-feira nos Estados Unidos, o mês corrente do ouro na Comex despencou para US$ 1.672,80 no mercado asiático, no que desde então ficou conhecido como "flash-crash".

A recuperação do ouro na quarta-feira ocorreu em um momento em que o dólar caía pela primeira vez em cinco dias em relação às principais moedas rivais. O rendimento dos títulos do Tesouro de 10 anos dos EUA  também recuou após uma recuperação de uma semana. Ambos normalmente movem-se em sentido contrário ao ouro.

"Tesouro mais baixo e um dólar mais fraco estão proporcionando algum alívio ou ouro, que voltou para US$ 1.750", disse Craig Erlam, analista da corretora de Nova York, OANDA.

“Faz apenas alguns dias que o metal amarelo apareceu por aqui em grande estilo, com baixa liquidez no início da sessão asiática, colocando lenha na fogueira para o rompimento”, acrescentou Erlam. “Embora ele tenha sido testado novamente nos US$ 1.750 mais tarde naquele dia, pode ter sido mais uma questão de autocorreção após o flash crash. Uma recuperação do mesmo nível hoje pode ser mais uma confirmação da quebra desse limiar”.

O ouro sofre pressões desde que o relatório de empregos dos EUA de sexta-feira para o mês de julho se mostrou mais forte do que o esperado, o que estimulou apostas de que o Federal Reserve poderia agir mais rapidamente para reduzir o estímulo mensal de US$ 120 bilhões que tem fornecido à economia atingida pela Covid. Uma reversão no estímulo e eventual aumento da taxa poderia deixar o dólar e os rendimentos em uma espiral no curto prazo, significando a condenação do ouro.

Desde janeiro, o ouro tem passado por uma jornada difícil, que começou em agosto do ano passado – quando atingiu níveis recordes acima de US$ 2.000 e vagou por alguns meses antes de cair em uma decadência sistêmica a partir de novembro, quando foram anunciados os primeiros avanços na eficiência da vacina contra a Covid.

Depois de inicialmente chegar ao fundo do poço, abaixo de US$ 1.675, o ouro pareceu quebrar o feitiço sombrio, recuperando-se para US$ 1.905 em maio. Desde então, ele viu novas vendas a descoberto que o colocaram entre US$ 1.700 e US$ 1.800 por um tempo antes de se mover novamente para US$ 1.600.

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