Por Geoffrey Smith
Investing.com – Os preços do ouro fizeram uma pausa para respirar na terça-feira (7), após um rali acentuado causado pelas expectativas de uma forte recessão nos EUA e em outros países, que os levaram a uma máxima de oito anos durante a noite.
Às 16h10 (horário de Brasília), os preços do ouro para entrega na Comex estavam em US$ 1.675,60 por onça troy, tendo atingido anteriormente uma alta de US $ 1.742,20 – a máxima desde 2012, no auge do medo de que o dólar fosse degradado pela política de flexibilização quantitativa e taxa de juros zero do Federal Reserve.
O ouro à vista caía 0,9%, para US$ 1.647,30 por onça.
Os contratos futuros da prata subiam 0,6%, para US $ 15,26 por onça, enquanto os futuros da platina subiam 0,8%, para US$ 737,80 por onça.
Políticas de flexibilização monetárias falharam em gerar a inflação de preços ao consumidor temida por muitos na época, apesar de terem provocado um boom sem precedentes nos preços de ativos financeiros. Hoje, também, os analistas alertam que o efeito inicial do surto de Covid-19 será deflacionário e não inflacionário – pois uma queda acentuada na renda pessoal e um aumento na incerteza pairam sobre os gastos dos consumidores e das empresas. Jamie Dimon, CEO do JPMorgan, alertou na segunda-feira em sua carta anual aos acionistas que os EUA estão entrando em uma “recessão ruim”.
O sentimento das pequenas empresas dos EUA caiu em março no maior percentual já registrado, de acordo com a Federação Nacional de Empresas Independentes, cujo índice de otimismo caiu 8,1 pontos, para 96,4.
Nove dos dez componentes do medidor caíram, com a maior queda de todos os tempos em expectativas de vendas das empresas.
Os rendimentos dos títulos do governo dos EUA subiram novamente na terça-feira, com o mercado digerindo a perspectiva de outra onda de emissões do Tesouro. Foi noticiado na segunda-feira que a presidente da Câmara dos Deputados, Nancy Pelosi, teria dito aos colegas que a Câmara está preparando outro pacote de US $ 1 trilhão em medidas de apoio econômico, que provavelmente serão financiadas de forma esmagadora por meio de novos empréstimos. O rendimento de referência a 10 anos subiu oito pontos-base para 0,76%, o maior em mais de uma semana.
Além disso, na terça-feira, dados do Banco Popular da China mostraram que o banco central chinês não vendeu ouro monetário em março, apesar da forte pressão sobre o yuan e de um alto grau de estresse nos mercados chineses em geral.
No final do mês, a China possuía 62,64 milhões de onças troy, o mesmo que no final de fevereiro, apesar de uma queda de US$ 60 bilhões nas reservas gerais, resultado em grande parte de uma reavaliação de suas participações que não são em dólar.
Enquanto isso, o banco central da Rússia atrasou novamente a publicação de seu extrato semanal de reservas externas, mesmo com a pressão sobre o rublo diminuindo na expectativa de um acordo global para estabilizar o mercado de petróleo.