ESG

País tem potencial para atrair R$ 3,5 trilhões em investimentos sustentáveis, diz estudo

Áreas de infraestrutura poderiam receber projetos até 2040 e gerar mais de 2 milhões de empregos

- Pixabay
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Por Agência EY – Considerado um país com gargalos históricos em infraestrutura, o Brasil tem potencial para atrair mais de R$ 3,5 trilhões e gerar mais de 2 milhões de empregos em projetos sustentáveis no setor nos próximos 20 anos.

Os recursos, financiados por investidores estrangeiros, poderiam ser aplicados em áreas como energia de baixo carbono – eólica ou solar, por exemplo -, telecomunicações, saneamento, transporte urbano e ferrovias, entre outros. 

A conclusão é do estudo Brazil Green Finance Programa (BGFP), ou Programa de Investimentos Verdes no Brasil.

Resultado de uma cooperação bilateral entre os governos do Brasil e do Reino Unido, o projeto começou em 2019 e detalha as oportunidades de investimentos no Brasil, nas mais diversas áreas.  

O objetivo principal do BGFP é estimular investimentos para projetos de infraestrutura sustentável no país e auxiliar uma transição para uma economia inclusiva e de baixo-carbono.

Para reunir as informações necessárias, os autores do estudo entrevistaram representantes de 22 organizações – divididas entre Brasil e Reino Unido – entre bancos, consultorias, fundos de investimentos, órgãos públicos, organizações não-governamentais e pesquisadores. 

“O estudo determina o tamanho do potencial no país para projetos de infraestrutura sustentável”, explica Nataly Briquet, gerente sênior de Estratégia e Transações da EY, líder do consórcio de parceiros para elaboração do estudo, que também envolve instituições como a Carbon Trust, Sitawi Finance e IMC.  

Apenas o setor de energia brasileiro tem potencial para receber R$ 968 bilhões até 2040. Outros R$ 939 bilhões poderiam ser aplicados em telecomunicações e R$ 507 bilhões em programas de saneamento – um dos maiores desafios do país no sentido de promover o bem estar social da população.

Projetos e obras relacionados ao transporte urbano limpo – ônibus elétricos e Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), por exemplo – poderiam receber aportes de R$ 475 bilhões e o tratamento de resíduos sólidos outros R$ 53 bilhões. 

Segundo João Lampreia, diretor associado da Carbon Trust no Brasil, há uma preferência dos investidores estrangeiros, como fundos de investimento e bancos, em aplicar seus recursos em projetos sustentáveis.

“Há um ímpeto cada vez maior de se investir em programas limpos e tudo relacionado à sustentabilidade, até pela política ESG nas empresas”, explica.

Para isso, porém, o Brasil precisará vencer alguns entraves do país, como risco cambial, falta de uma política de longo prazo do poder público e superar os problemas ambientais em regiões como a Amazônia. 

“Queremos que o estudo sirva para influenciar e auxiliar o poder público a montar estratégias sólidas para que esses investimentos, ou pelo menos parte deles, se materializem”, explica Lampreia. “Afinal, é de interesse da sociedade que esses investimentos se materializem.”

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