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Participação de Macri nas nomeações do gabinete de Milei pode reduzir probabilidade de dolarização

Presença de ex-presidente argentino nas escolhas tem gerado descontentamento de aliados do vencedor das últimas eleições

Javier Milei - Ilan Berkenwald/Flickr
Javier Milei - Ilan Berkenwald/Flickr

A formação do futuro gabinete do próximo presidente da Argentina, Javier Milei, está gerando discussões sobre a influência significativa do ex-presidente Mauricio Macri na composição do governo que assumirá em 10 de dezembro.

Fontes da imprensa local têm revelado que Luis “Toto” Caputo, ex-presidente do Banco Central durante o governo de Macri, teria sido convidado para liderar o Ministério da Economia. Além disso, Patricia Bullrich, à frente do PRO (partido fundado por Macri), foi indicada como ministra da Segurança, cargo que já ocupou no governo anterior.

As reações dos aliados próximos a Milei já evidenciam um certo descontentamento com as escolhas anunciadas. Segundo o jornal La Nación, na manhã desta sexta-feira (24), Carlos Rodríguez, principal conselheiro econômico do futuro presidente libertário, comunicou em suas redes sociais sua decisão firme de encerrar qualquer vínculo formal ou presumido de assessoria econômica no movimento Liberdade Avança.

"Estão começando a me perguntar por que estou fazendo isso. Não sou consultado há meses. Eu tinha decidido há muito tempo. Hoje é o momento ideal, pois Javier nomeou o ministro da Economia e trocou o presidente do Banco Central", explicou Rodríguez.

Além do convite a Caputo, a menção de Rodríguez se referia à nomeação do economista e físico Demian Reidel para liderar o Banco Central, substituindo o antigo favorito de Milei, Emilio Ocampo, defensor da proposta de dolarização da economia argentina.

A chegada de "Toto" Caputo à pasta da Economia tem gerado maior debate. Anteriormente chamado por Macri de "Messi das finanças", Caputo foi ministro das Finanças e presidiu o Banco Central durante as negociações do acordo vigente com o Fundo Monetário Internacional (FMI). Sua demissão, segundo relatos, teria sido solicitada pela ex-diretora do FMI, Christine Lagarde, devido à insatisfação com a falta de transparência e comunicação de Caputo nas negociações.

O afastamento de Rodríguez e a mudança de Ocampo não foram as únicas alterações nas escolhas originais de Milei na formação de um governo de coalizão.

A aliada Carolina Píparo, um dos primeiros nomes anunciados pelo presidente eleito, não ocupará mais o cargo de chefe da Administração Nacional da Seguridade Social (Anses). Ela foi substituída por Osvaldo Giordano, ex-ministro da Economia de Juan Schiaretti, candidato derrotado ligado ao Partido Justicialista.

Em comunicado oficial nesta manhã, o escritório do presidente eleito confirmou a escolha de Giordano, além da indicação do engenheiro Horacio Marin para presidir a empresa petrolífera YPF.

O comunicado também afirmou a intenção de não negociar o fechamento do Banco Central, porém não houve menção explícita à dolarização da economia.

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