Paulistanos têm até maio para ver bordados e desenhos de Leonilson

Com um extenso panorama do trabalho de José Leonilson, uma exposição em cartaz no Centro Cultural Fiesp, na Avenida Paulista, traz até a primeira obra do artista plástico, morto em 1993. A pintura, feita em tela acrílica, foi executada em 1971, quando ele tinha apenas 14 anos, não se sabe exatamente em qual contexto, talvez para a disciplina escolar de educação artística.

Ao todo são 120 obras, entre pinturas, desenhos e bordados. Algumas nunca tinham sido expostas, fazendo parte de coleções particulares. A mostra foi dividida em três partes cronológicas, a primeira com a produção da fase inicial de Leonilson, na década de 1970.

Na segunda parte, estão trabalhos feitos ao longo da década seguinte. Em 1981, Leonilson fez sua primeira mostra individual em Madri e depois participou de diversas exposições, tanto no Brasil quanto no exterior. Essa produção é cada fez mais autobiográfica, com elementos simbólicos, como as montanhas e vulcões que aparecem em diversos desenhos. Em algumas obras, as imagens se mesclam com palavras ou frases, em inglês e português.

As costuras e bordados, elementos mais famosos da produção de Leonilson, aparecem com mais força na última fase do seu trabalho, na década de 90 do século passado. Além do tecido, o artista usa botões e pedras semipreciosas. Nesse período, alguns trabalhos trazem também reflexões e sentimentos sobre sua condição como portador do vírus HIV, doença que descobre em 1991.

Ele acabaria por morrer em complicações decorrentes do vírus em 1993, com apenas 36 anos, deixando cerca de 3.400 obras.

Natural de Fortaleza, Leonilson veio para São Paulo ainda criança, em 1961. Fez cursos livres de artes na Escola Pan-Americana de Arte e cursou Artes Plásticas na Fundação Armando Álvares Penteado. Porém, abandonou a formação superior para se dedicar apemas à carreira. Em 1994, foi homenageado postumamente com o prêmio da Associação Paulista de Críticos de Artes (APCA).

A exposição pode ser vista de terça a sábado, das 10h às 22h, e aos domingos, das 10h às 20h, no Centro Cultural da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), na Avenida Paulista, região central da capital. A mostra vai até 19 de maio.

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