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Petrobras (PETR3)(PETR4): guerra no Oriente Médio pode causar reajuste no preço dos combustíveis?

Se o petróleo subir muito, analista do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), acredita ser difícil a estatal não repassar esse aumento aos combustíveis

Preço da gasolina, em Copacabana - Reuters/Ricardo Moraes
Preço da gasolina, em Copacabana - Reuters/Ricardo Moraes

O presidente da Petrobras (PETR3)(PETR4), Jean Paul Prates, acredita que ainda é cedo para avaliar os efeitos a longo prazo do conflito entre Israel e Hamas para a companhia, mas o consenso entre especialistas da indústria aponta que os preços do petróleo já começaram a refletir os sinais da incerteza no Oriente Médio.

Para o executivo da estatal brasileira, provavelmente haverá um aumento de volatilidade e variações muito especulativas. “Isso vai mostrar como dá certo a política de preços atual para mitigar esses efeitos. Estamos administrando como podemos e sem perder dinheiro”.

Em evento organizado pela Câmara de Comércio Noruega e Brasil, Prates disse que a Petrobras seguirá acompanhando a evolução das cotações, sobretudo do diesel.

“É mais um evento de volatilidade que se soma. É inclusive bastante grave e que não haverá solução nas próximas semanas. Como Israel não é necessariamente uma área produtora de petróleo e não estão bombardeando uma instalação, vai ser uma especulação dos efeitos da guerra sobre outros países produtores”, destacou.

“Vamos acompanhar e nos comportar na tentativa de mitigar a volatilidade usando fatores brasileiros para manter preços estáveis, embora seja necessário acompanhar a referência internacional”, disse o presidente da petroleira.

A Petrobras afirmou que “eventuais reajustes, quando necessários, serão realizados, suportados por análises técnicas e independentes, considerando a participação de mercado e a operação otimizada dos ativos de refino e logística".

”Vamos tentar mitigar a volatilidade usando fatores brasileiros”, afirmou Prates.

O segundo contrato do petróleo Brent fechou a segunda-feira (9) em alta de 4,05%, a US$ 86,50. No ano, a commodity acumula alta de 0,99%.

Analistas do Goldman Sachs mantiveram as estimativas de que a cotação do Brent deve chegar aos US$ 100 em junho de 2024. 

Para eles, existe uma elevada incerteza e com a informação incompleta nesta fase inicial, acreditam que não houve impacto na atual produção global de petróleo.

“Consideramos improvável qualquer grande efeito imediato no equilíbrio entre oferta e demanda e nos estoques de petróleo a curto prazo, que tendem a ser o principal fator fundamental da evolução dos preços”, diz o banco em relatório assinado pelos analistas Daan Struyven, Callum Bruce e Farouk Soussa.

Segundo Pedro Rodrigues, diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), não é possível prever se a Petrobras irá elevar os preços dos combustíveis, mas reforça que a tendência é de alta da cotação do Brent.

“Vamos ver um aumento da volatilidade, com tendência de alta, mas precisamos observar como vai acontecer o repasse dos preços no Brasil”, comenta o executivo do CBIE.

Para ele, a preocupação global no momento é o grau de envolvimento do Irã na disputa. O país está entre os grandes produtores de petróleo do mundo e é um aliado do Hamas. O que eleva as preocupações, segundo Rodrigues, é a possibilidade de o Irã optar por fechar o Estreito de Ormuz, principal via de escoamento de petróleo do país.

“Se o petróleo subir muito, acho difícil a Petrobras não repassar esse aumento aos preços dos combustíveis. Mas a política de preços da estatal é muito confusa, não conseguimos precisar quando pode ocorrer um repasse”, conclui Rodrigues.

As informação são do Valor Econômico.

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