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Petrobras (PETR3)(PETR4) cai até 2,5%, com boatos, incertezas sobre gerência e movimentação por CPI

Ações seguem pressionadas desde a renúncia de José Mauro Ferreira Coelho

- Fernando Frazão/Agência Brasil
- Fernando Frazão/Agência Brasil

Às 14:34, as ações ordinárias (PETR3) e preferenciais (PETR4) de Petrobras caíam 1,23% e 2,50%, aos preços de R$ 29,82 e R$ 26,93, respectivamente.

O movimento sucede a divulgação de uma série de notícias na imprensa sobre a gerência da empresa e os rumores de uma possível instalação de CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigar a política de preços e o conselho de administração da estatal, uma iniciativa sinalizada pelo próprio governo federal.

CPI 

De acordo com o jornalista Gustavo Uribe, da CNN, o líder do governo Jair Bolsonaro (PL) na Câmara dos Deputados, Ricardo Barros (PP-AL), informou que a CPI da Petrobras tem um apoio de partida de 65 deputados federais.

São necessárias, entretanto, 171 assinaturas para a instalação da comissão de inquérito.

A base aliada do governo finalizou durante a madrugada o requerimento de abertura ao que nomeou de “CPI do Preço dos Combustíveis”, segundo informações do jornalista.

Caio Junqueira, da CNN, conseguiu acesso ao documento que dizia que “o país assiste estupefato à escalada sem precedentes dos preços dos combustíveis e produtos relacionados, o que tem impacto direto sobre a inflação, e, naturalmente, gera prejuízos à população” e “paralelamente, observa-se o aumento expressivo dos resultados da principal empresa atuante neste mercado, qual seja, a Petróleo Brasileiro S.A., incluindo o aumento das margens de lucro e da distribuição de proventos aos investidores”.

Governo

Em comissão na Câmara dos Deputados, o ministro de Minas e Energia, Adolfo Sachsida, comentou nesta manhã que o “governo não tem poder para decidir ou influenciar no preço dos combustíveis”, com base na Lei do Petróleo e a Lei das Estatais para dizer que “não está no controle do governo” e que preço é “uma decisão de empresa”.

Sachsida afirmou ainda que “não há como ajudar o povo brasileiro com a estrutura atual”, que “ora é estatal, ora é privada”, e defendeu a troca de CEO.

“Num cenário de mais competição, eu acho adequado a troca do presidente, para valorizar a marca”, afirmou.

Sachsida afirmou ainda que o novo conselho da estatal vai seguir a lei e que o governo não trabalha com o congelamento de preços e disse que isso “é ideia de economistas que pertencem a outra vertente do pensamento econômico”.

Ele comentou ainda que são necessárias soluções de curto prazo para que o país atravesse o momento “excepcional” de turbulência, que envolve a guerra da Ucrânia, pandemia e aumento de juros em todo o mundo.

Reações

O ex-presidente e pré-candidato à Presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva, classificou a iniciativa como “absurda” e acusou o presidente Jair Bolsonaro de tentar jogar “a responsabilidade de sua incapacidade em cima dos outros”.

“Quando Pedro Parente adotou a PPI, o preço de paridade internacional, ele não levou para o Congresso Nacional. Não foi numa conferência da ONU. Não foi no Senado. Foi uma decisão do presidente da Petrobras, certamente ouvindo o Conselho da Petrobras, se é que ouviu. Então, tomou a decisão, a pretexto de que era preciso salvar a Petrobras”, afirmou Lula.

Já Rodrigo Pacheco (PSD-MG), presidente do Senado, reiterou ser contra a instalação de uma CPI e voltou a defender um projeto que cria uma conta de compensação para variações dos preços de combustíveis.

A proposta sugerida por Pacheco foi aprovada pelo Senado em março, mas está parada na Câmara dos Deputados. 

Boataria

A companhia ainda respondeu nesta manhã que não procede a informação de que haja uma reserva para distribuição de lucros de R$ 200 bilhões.

A resposta foi um esclarecimento após a veiculação desta informação em um programa de televisão.

Com informações de CNN e Reuters.

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