Reflexos da guerra

Petróleo ameniza alta após Alemanha se comprometer a comprar petróleo russo

O petróleo bruto caiu para as suas mínimas do dia e os preços do gás natural na Europa recuaram depois que o chanceler alemão, Olaf Scholz, disse que a maior economia da Europa não tem outra opção senão continuar comprando petróleo e gás russos

- Zbynek Burival via Unsplash
- Zbynek Burival via Unsplash

Por Geoffrey Smith , da Investing.com – O petróleo bruto caiu para as suas mínimas do dia e os preços do gás natural na Europa recuaram depois que o chanceler alemão, Olaf Scholz, disse que a maior economia da Europa não tem outra opção senão continuar comprando petróleo e gás russos.

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"Neste momento, o fornecimento de energia para aquecimento, mobilidade, geração de eletricidade e a indústria não pode ser garantido de outra forma", disse Scholz em um comunicado de imprensa, confirmando que a Alemanha continuará a negociar com empresas de energia russas. 

Os preços do petróleo atingiram seu nível mais alto desde 2008, enquanto os contratos de referência para futuros do gás natural da Europa quase dobraram para a sua máxima histórica nesta segunda-feora (7) mais cedo, depois que o Secretário de Estado dos EUA, Anthony Blinken, disse no domingo que os EUA estão em conversas com seus aliados europeus sobre a imposição de mais sanções completas, o que tornaria impossível para as empresas ocidentais comprar petróleo e gás russos.

Como a Rússia é o maior exportador de energia do mundo, esses comentários desencadearam uma corrida frenética por fontes alternativas de fornecimento, forçando os preços do petróleo WTI e do Brent para acima de US$ 130 por barril, e os Futuros do Gás Natural TTF Holandês chegaram a € 345 por megawatt-hora, o equivalente a US$ 460 dólares por barril de petróleo equivalente. 

Após os comentários de Scholz, o petróleo WTI era negociado às 12h33 (horário de Brasília) a  US$ 118,14 por barril, uma alta de 2,13% em relação ao fechamento de sexta-feira. O brent era negociado a US$ 122,55, a 3,76%.

Scholz disse que a Alemanha e o resto da União Europeia "têm trabalhado intensamente ao longo de meses para desenvolver alternativas à energia russa, mas isso não pode ser alcançado de um dia para o outro".

A Agência Internacional da Energia lançou, na semana passada, um plano de 10 pontos, no qual o think tank com sede em Paris afirma que a UE poderia reduzir suas necessidades de gás russo de 155 bilhões de metros cúbicos no ano passado para 105 bmc este ano – e ainda reabastecer as suas instalações de armazenamento de gás a fim de garantir a segurança do fornecimento no próximo inverno.

Ela fez um apelo para que a UE acelere a diversificação dos fornecimentos provenientes de outros países, especialmente por meio de um mercado mundial de gás natural liquefeito em rápida expansão, além de acelerar os planos existentes para instalar fontes de energia mais renováveis no mercado interno e melhorar a eficiência energética dos edifícios. 

O pagamento do fornecimento de energia foi explicitamente deixado de fora do pacote original de sanções americanas e europeias a fim de evitar danos à economia da Europa. O continente recebe cerca de 10% do seu petróleo e um quarto do seu gás natural de empresas controladas, em última análise, pelo governo de Vladimir Putin.

No entanto, à medida que os ataques russos às cidades ucranianas continuam, provocando um número cada vez maior de mortes entre a população civil do país, a opinião em grande parte da Europa se endureceu, com cada vez mais líderes de países expressando a vontade de aceitar dificuldades econômicas como um preço para travar a expansão russa.

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