Por Barani Krishnan e Liz Moyer, da Investing.com – Os preços do petróleo atingiram novas máximas desde 2018 nesta quarta-feira, após os dados do governo sobre a oferta e demanda mostrarem não só os mais baixos estoques de petróleo bruto dos EUA desde o surto da Covid-19, mas também a enorme e surpreendente redução da gasolina, que confirma a forte preparação para o período de viagens rodoviárias.
O WTI, benchmark para o petróleo nos EUA negociado na bolsa de Nova York, atingiu US$ 74,25 por barril, um pico não visto desde outubro de 2018, antes de fechar em US$ 73,07. Enquanto o aumento do dia foi de apenas 23 centavos, ou 0,3%, o WTI subiu 2% na semana.
O Brent, benchmark global para o petróleo negociado na bolsa de Londres, também atingiu uma máxima de 2018, chegando a US$ 76 por barril, antes de se consolidar encerrando a sessão a US$ 74,50, caindo 31 centavos, ou 0,4%.
Os preços do petróleo abriram mão de sua alta inicial depois de relatos de que o grupo de produtores Opep+ afirmou que aumentaria em 500.000 barris por dia sua produção de agosto, depois de um aumento de 440.000 barris por dia em julho. Para contextualizar, a coligação das 23 nações da Opep+ manteve a faixa de 7 milhões de barris por dia ou mais fora do mercado entre abril de 2020 e março deste ano, antes de aumentar gradualmente a oferta.
Os preços do WTI e do Brent bateram as altas históricas dos últimos quase três anos no começo do dia após a Administração de Informação sobre Energia dos Estados Unidos relatar que os estoques de petróleo do país caíram em 7,614 milhões de barris na semana passada em comparação com as expectativas dos analistas de uma queda de 3,942 milhões de barris.
Esse, de acordo com a EIA, foi o menor estoque semanal de petróleo desde março de 2020, precedendo o surto norte-americano da pandemia do coronavírus, que dizimou a demanda por petróleo nos meses subsequentes.
Mais do que a queda do petróleo bruto, a surpresa foi com a redução do estoque de gasolina anunciado pela EIA, que acabou em 2,93 milhões de barris, contrariando as expectativas de aumento de 833.000 barris.
Isso eliminou as preocupações sobre a demanda de gasolina após o consumo inicial pouco significativo de combustível nas semanas próximas do Memorial Day em maio, que marca o início não oficial da época de viagens de verão nos Estados Unidos.
E enquanto a agência anuncia que a produção de gasolina aumentou na semana passada, com média de 10,3 milhões de barris por dia, as operações de refino de petróleo bruto, na verdade, desaceleraram levemente, caindo 0,4% para 92.2%.
O único retardatário foi o componente de destilados do mercado, em que os estoques de diesel e óleo de aquecimento subiram 1,754 milhão de barris contrariando as previsões de aumento de 1,083 milhão de barris.
As exportações de petróleo bruto dos EUA, entretanto, permaneceram sólidas a 3,65 milhões de barris por dia em comparação com os 3,89 milhões da semana anterior.
A produção de petróleo bruto nos EUA permaneceu anêmica em cerca de 11,1 milhões de barris por dia em relação aos 11,2 milhões da semana anterior, embora tenha sinalizado uma possibilidade de aumento com o WTI próximo dos US$ 75 por barril.