Por Barani Krishnan, da Investing.com – Os preços do petróleo caíram pelo segundo dia consecutivo nesta quinta-feira (29), atingindo uma mínima de quase cinco meses, enquanto o mercado cambaleava com os temores de outro aumento global nos casos de coronavírus e um aumento semanal surpreendentemente grande nos estoques de petróleo dos EUA.
O West Texas Intermediate, negociado em Nova York, o principal indicador dos preços do petróleo nos EUA, caiu para uma mínima da sessão de US$ 34,93 por barril, uma baixa não vista desde meados de junho, antes de se estabelecer em US$ 36,17, queda de US$ 1,22 ou 3,4% no dia.
O Brent negociado em Londres, a referência global para o petróleo, caiu para uma mínima de quase cinco meses de US$ 37,26, antes de se recuperar para encerrar a sessão em US$ $ 37,65, queda de US$ 1,47, ou 3,8%.
O WTI e o Brent caíram cerca de 5% ou mais na quarta-feira, com a Alemanha e a França retomando os lockdowns para combater a Covid-19.
O mercado também foi assustado pelo relatório da Administração de Informação de Energia de um aumento de 4,3 milhões de barris nos estoques de petróleo na semana encerrada em 23 de outubro, contra as expectativas de um aumento de 1,23 milhão de barris.
O aumento do petróleo reforçou as preocupações sobre a queda da demanda por combustível, apesar dos estoques de gasolina e de destilados, liderados pelo diesel, terem caído.
“Com o lado da demanda da equação causando um golpe nos preços do petróleo, cabe aos fornecedores equilibrar as coisas se não quiserem ver o petróleo de volta à baixa na faixa dos US$ 30”, disse Craig Erlam, analista da OANDA de Nova York.
“A Opep+ sinalizou disposição para agir, se necessário, e esse é um alerta dos mercados de que chegou a hora. Um aumento de produção de dois milhões em janeiro certamente está fora das cartas, mas mais pode ser necessário se os preços continuarem a despencar como caíram. Espero ouvir mais da Opep+ antes da reunião de dezembro.”
A aliança Opep+ é composta por 13 membros da Organização da Organização dos Países Exportadores de Petróleo, liderada pelos sauditas, e 10 aliados produtores de petróleo, liderados pela Rússia. Desde maio, a aliança conseguiu manter os preços do petróleo acima ou perto de US$ 40 por barril com cortes na produção.