Por Gina Lee, da Investing.com – O petróleo registra queda no início da tarde desta quarta-feira (9) na Ásia, após a proibição das importações de petróleo da Rússia pelos EUA e o plano do Reino Unido para eliminá-las gradualmente até o final de 2022 levantarem questões quanto a restrições no fornecimento.
Às 12h58 (horário de Brasília) os futuros do Brent caíam 5,18%, para US$ 121,46, e os futuros do WTI caíam 4,86%, para US$ 117,81.
Na terça-feira, os EUA impuseram uma proibição imediata sobre as importações de petróleo e outras fontes de energia da Rússia, enquanto o Reino Unido irá eliminar gradualmente as importações de petróleo russo até o final de 2022.
As medidas são as mais recentes sanções em reação à invasão da Ucrânia pela Rússia em 24 de fevereiro, e os receios de novas interrupções na oferta impulsionaram a compra, segundo alguns investidores.
"Além dos efeitos do anúncio dos EUA e do Reino Unido, os receios de novas interrupções no fornecimento da Rússia devido à intensificação das sanções contra Moscou acarretaram novas compras", disse à Reuters Hiroyuki Kikukawa, diretor-geral de pesquisa da Nissan Securities.
"Mas as máximas de segunda-feira provavelmente se tornarão um teto para o curto prazo, pois se espera que a compra especulativa diminua em breve e os países do hemisfério norte entrarão na primavera, quando a demanda por combustível cai", acrescentou.
Na segunda-feira, o petróleo saltou para os seus níveis mais elevados desde julho de 2008, com os futuros do Brent atingindo US$ 139,13 por barril e os do WTI, US$ 130,50.
Os investidores também continuam monitorando as negociações para trazer de volta o acordo nuclear com o Irã de 2015, o que poderia adicionar o petróleo iraniano ao mercado. No entanto, as conversas entre o Irã e as potências mundiais esfriaram.
Os preços globais do petróleo podem subir para US$ 200 por barril se a Europa e os EUA proibirem as importações de petróleo russo, afirmaram os analistas da Rystad Energy na terça-feira.
A commodity permanece próxima do seu nível mais alto em 14 anos, mas a procura por combustíveis, que teve ligeira recuperação da Covid-19, deve cair com as reações dos consumidores a preços mais elevados, alertaram alguns executivos de energia na segunda-feira.
Enquanto isso, os dados sobre o suprimento de petróleo bruto do American Petroleum Institute dos EUA revelaram um acúmulo de 2,811 milhões de barris na semana encerrada em 4 de março.
As previsões elaboradas pelo Investing.com previam um consumo de 833.000 barris, enquanto um consumo de 6,1 milhões de barris foi registrado na semana anterior.