Petróleo tem outra semana de perdas épicas, chegando a US$ 23 o barril

Por Barani Krishnan

Investing.com – A negociação de petróleo permaneceu volátil na sexta-feira (20) após notícias conflitantes sobre como os principais produtores do mundo estão se adaptando à maior crise do mercado em décadas, enquanto os preços do petróleo terminaram outra semana de perdas épicas desde a crise financeira.

O WTI, índice de referência para os preços do petróleo dos EUA negociado em Nova York, teve baixa de 9,69%, a US$ 23,40 por barril.

Ontem, o WTI havia saltado 24%, revertendo tudo o que havia perdido na quarta-feira. Para a semana, o índice de petróleo dos EUA teve queda de 29%, dando continuidade à queda de 23% da semana anterior.

O Brent, índice de referência global para o petróleo negociado em Londres, 4,32%, a US$ 27,24. Na semana, o Brent caiu 20%, após uma queda de 25% na semana anterior.

As perdas épicas no petróleo vêm em meio a uma tempestade perfeita de destruição da demanda causada pela pandemia de Covid-19 e por uma batalha de altas de produção e participação de mercado entre a Arábia Saudita e a Rússia.

Na sessão de sexta-feira, o {{0|WTI} inicialmente caiu mais de 7% em uma notícia da Bloomberg de que a Rússia “não irá piscar” em uma batalha com a Arábia Saudita.

No início da tarde em Nova York, o WTI também acumulou perdas após a empresa do setor Baker Hughes ter reportado que o número de plataformas ativas de perfuração de petróleo nos Estados Unidos caiu em 19 nesta semana, para 664. Embora seja um indicador de atraso, a contagem semanal de plataformas é um dos mais confiáveis preditores na produção de petróleo dos EUA.

Os preços do petróleo também caíram após o regulador do Texas Ryan Sitton dizer que havia discutido a situação de global com o secretário geral da Opep Mohammed Barkindo e foi convidado para a próxima reunião do cartel em junho.

Sitton é um membro da Texas Railroad Commission, que regula a indústria de energia do maior produtor de petróleo dos EUA. O Wall Street Journal reportou na quinta-feira que os produtores de shale oil do Texas pediram alívio à TRC em meio à crise nos preços do petróleo causada pela pandemia e pela disputa entre a Arábia Saudita e a Rússia. A última vez em que a TRC impôs cotas de produção no Texas foi na década de 1970, e Sitton foi considerado como alguém que está liderando a iniciativa de reintroduzi-las.

Porém, o presidente do TRC Wayne Christian jogou um balde de água fria sobre os planos de Sutton, dizendo que tem algumas “reservas” sobre fazer qualquer corte de produção no Texas. Isso fez com que os preços caíssem imediatamente.

“Ainda que eu esteja aberto para toda e qualquer ideia para proteger o Texas, como um conservador de livre mercado em tenho uma série de reservas sobre essa abordagem”, disse Christian em uma declaração.

“Em primeiro lugar, o Texas não opera em um vácuo”, disse ele. “Se nós cortarmos nosso petróleo, não há garantia de que outras nações, ou mesmo estados, irão seguir. De um ponto de vista prático, a Railroad Commission não impõe cotas de produção em mais de 40 anos, nós não temos funcionários na agência com experiência nesse processo e nossas capacidades de TI para lidar com esse processo são limitadas, para dizer o mínimo.”

Os players do mercado, enquanto isso, esperam mais volatilidade na semana que vem.

“Eu não espero uma forte recuperação no curto prazo, considerando que nem a Rússia e nem a Arábia Saudita devem recuar, mas nós podemos agora começar a estabilizar em torno desses níveis incrivelmente baixos”, disse Craig Erlam, analista sênior de mercado na plataforma online OANDA.

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