O que influencia o dia

PIB e inflação dos EUA, Caged, BC e movimentos de Lula e Bolsonaro: as principais notícias de hoje

Esteja atento aos principais assuntos que são monitorados nos mercados financeiros do Brasil e do exterior nesta quinta-feira (29)

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Esteja atento às principais notícias do Brasil e do exterior nesta quinta-feira (29).

Brasil

Ibovespa e dólar na sessão anterior

O dólar fechou em queda, após bater em R$ 5,42 no início das negociações. A bolsa de valores alternou altas e baixas, mas fechou estável. O índice Ibovespa, da B3, fechou aos 108.451 pontos, com alta de apenas 0,07%.

A libra esterlina e o euro, que se desvalorizavam fortemente desde o fim da semana passada, voltaram a se recuperar perante o dólar. 

O índice Dow Jones, das empresas industriais, subiu 1,89%. O Nasdaq, das empresas de tecnologia, ganhou 2,02%. O S&P 500, das maiores empresas, avançou 1,95%.

A recuperação, no entanto, não chegou à bolsa brasileira, que fechou estável porque as ações da Petrobras, os papéis mais negociados, caíram.

As ações ordinárias (com direito a voto em assembleia de acionistas) da estatal recuaram 0,7%. Os papéis preferenciais (com preferência na distribuição de dividendos) fecharam com queda de 1,35%.

(Agência Brasil e Reuters)

Relatório Trimestral da Inflação

O Banco Central (BC) melhorou sua projeção para o crescimento econômico em 2022 para 2,7%, ante estimativa de 1,7% feita em junho, conforme informações divulgadas nesta quinta-feira (29).

A autoridade ainda espera uma desaceleração do Produto Interno Bruto (PIB) em 2023 para uma alta de 1,0%.

Já a carteira total dos bancos cresceu 1,6% em agosto na comparação anual, e superou os R$ 5 trilhões, com o estoque em alta de 16,8%. O mercado de crédito continua aquecido, apesar da alta da taxa de juros, segundo relatório divulgado pelo BC.

As estimativas são de que o crédito no país cresça 14,2% este ano. 

A inadimplência média ficou estável, em 2,8%, apesar do endividamento das famílias ter ficado no patamar recorde de 53,1% em julho, alta de 0,3 p.p. no mês e de 5,1 p.p. em doze meses. 

(Investing.com Brasil)

Banco Central

O Banco Central informou que a partir desta quinta-feira (29) vai dar início às operações para rolagem de US$ 15,2 bilhões em swaps cambiais tradicionais que expiram no começo de novembro, em um total de 304.120 contratos. (Investing.com Brasil)

Governo Central

Governo Central registrou déficit primário de R$ 49,972 bilhões em agosto. O superávit primário pode chegar a R$ 40 bilhões em 2022, de acordo com o secretário Paulo Valle.

Eleições 2022

Pesquisas – De acordo com a Pesquisa Exame/Ideia, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) abriu 10 pontos percentuais de vantagem em relação ao presidente Jair Bolsonaro (PL) no primeiro turno das eleições, com 44% das intenções de voto contra 34% de Bolsonaro.

No último levantamento, há pouco mais de um mês mês, a diferença era de 8 pontos, Lula tinha 44% e Bolsonaro, 36%. Em um possível segundo
turno, o petista vence por 52% a 41%. (Poder 360)

Expectativas

Investidores estão na defensiva, sem saber o que esperar de Lula na economia e porque temem por uma contestação dos resultados pelo presidente Bolsonaro em caso de vitória do candidato do PT no primeiro turno. A três dias do pleito, os sinais de que pode haver reação se tornam mais evidentes.

Na quarta-feira, um documento divulgado pelo PL, partido de Bolsonaro, questionou a segurança do sistema eleitoral no País, com críticas a um “quadro de atraso” no TSE em relação a medidas que poderiam evitar “vulnerabilidades relevantes”.

Segundo o estudo, denominado ‘Resultados da Auditoria de Conformidade do PL’, as falhas existentes podem “resultar numa invasão interna ou externa nos sistemas eleitorais, com grave impacto nos resultados das eleições de outubro”.

Em resposta rápida e contundente, o TSE soltou nota para afirmar que as conclusões do documento são “falsas e mentirosas, sem nenhum amparo na realidade” e trazem “informações fraudulentas” com o objetivo de “tumultuar as eleições”.

O presidente da Corte, Alexandre de Moraes, ainda informou que anexaria o laudo do PL ao inquérito das fake news.

O documento do PL, que não teria o apoio do presidente, Valdemar da Costa Neto, foi distribuído pela ala mais bolsonarista, liderada pelo vice-presidente da legenda, Capitão Augusto, no mesmo dia em que o TSE abriu a chamada “sala secreta” à visitação dos partidos.

Em paralelo, Bolsonaro voltou a elevar o tom contra o TSE e Alexandre de Moraes, com acusação ao ministro de “atazanar sua vida” e “trabalhar para Lula”, ao mesmo tempo em que ataca as urnas eletrônicas e aponta o risco de fraudes nas eleições.

Na live de ontem à noite, exaltado, o presidente fez uma série de acusações a Moraes, e dirigiu-se diretamente a ele: “Que eleição é essa, Alexandre, por que não aceitam as sugestões das Forças Armadas para evitar fraudes?”

Conclamou seus eleitores a vestirem verde e amarelo no domingo, desafiou o TSE a “dar a vitória a Lula no primeiro turno, depois de aparecer um mar de verde e amarelo”. E continuou: “A gente pede a Deus que nada de anormal aconteça”.

Um integrante da campanha de Bolsonaro disse ao Broadcast Político que “eles estão preparando o terreno para a derrota”, que o comportamento mais nervoso do presidente e a nota do PL são “um atestado” de que esperam perder a eleição.

O objetivo agora seria fortalecer a narrativa de fraude nas urnas, e repetir o mesmo modus operandi de Donald Trump nos Estados Unidos, que contestou sua derrota, em 2020, com infundadas alegações de fraude nas eleições.

Apoiadores de Trump chegaram a invadir o Capitólio na tentativa de impedir a certificação da vitória de Biden, como todo o mundo assistiu. Aqui, teme-se pelo risco de tumultos nas ruas. Bolsonaro já mostrou sua força no 7 de Setembro.

Hoje, o debate da Rede Globo, com início às 22:30, tem sido considerado como chance derradeira de Bolsonaro levar a eleição para o segundo turno, tanto pelo próprio empenho, como o de Lula. Antes, às 18:00, sai mais uma pesquisa Datafolha.

O fato de boa parte dos eleitores de Bolsonaro estarem convencidos de que as pesquisas estão erradas corrobora a tese de fraude. Ainda na live de ontem, o presidente disse que não acredita no Datafolha e que o instituto está “desmoralizado”.

(BDM)

Estatais

Na live de ontem à noite, o presidente Jair Bolsonaro (PL) disse que a maioria das estatais fica melhor na mão da iniciativa privada, com exceção de algumas, como BB (BBAS3) e Caixa, que “têm que deixar como está aí”.

(BDM)

O PT e a Economia

Em entrevista às jornalistas Luciana Dyniewicz e Adriana Fernandes (Estadão), Guilherme Mello, que integra a assessoria econômica do PT, não entregou o ouro, e esquivou-se de dar detalhes sobre o programa de Lula.

Confirmou o que todo mundo já sabe, que um eventual governo petista vai acabar com o teto de gastos, mas garantiu que um “novo arcabouço fiscal” negociado com o Congresso Nacional, que “não necessariamente uma regra de gastos”, vai existir.

“O que nos cabe neste momento: anunciar os princípios que vão orientar a nossa proposta de um novo arcabouço fiscal, que vai compatibilizar a sustentabilidade fiscal, a recuperação do investimento público e o aumento dos gastos sociais”.

Guilherme Mello confirmou também a decisão antecipada por Lula de mudar a política de paridades dos preços da Petrobras, sem dizer, porém, como isso seria feito, “com objetivo de riar instrumentos para minimizar as oscilações de preços”.

Entre as opções, citou a possibilidade de ser criado um fundo de estabilização, e destacou que essa não seria a solução “favorita”, e assegurou que a mudança, “obviamente”, vai ser construída de maneira dialogada com a Petrobras e os governadores.

Já sobre a reforma tributária, assumida como “compromisso de campanha” por Lula junto aos empresários, destacou que não vai haver aumento na carga, “apenas modificação de impostos e alíquotas para garantir maior progressividade”.

Em relatório, o Wells Fargo vê Lula com um perfil “mais moderado”, e avalia que os seus governos anteriores, apesar dos gastos sociais e redistribuição de riqueza, representaram “um grau razoável de prudência fiscal”.

Na opinião do economista do Wells Fargo, Brendan McKenna, o real tende a ser mais impactado pelos fatores externos, com o aperto dos juros, mas admite que, no caso de um cenário negativo pressionar o risco-país, o dólar pode passar dos R$ 6.

Isso aconteceria se a credibilidade da política fiscal evaporar: “Então o real pode atingir mínimas históricas ante o dólar”. O banco considera Lula um “risco potencial” para a estabilidade fiscal, mas diz que esse não seria seu cenário-base.

Para McKenna, um novo governo de Lula seria bem semelhante aos anteriores, apenas com um “pequeno salto” à esquerda.

(BDM)

Política de preços da Petrobras (PETR3)(PETR4)

Lula deseja, como manifestado esta semana ao SBT, mudar a política de paridade da Petrobras se vencer a eleição. 

As sucessivas investidas do atual governo para trocar a cúpula da estatal, que está em seu quinto presidente desde que Bolsonaro assumiu, dão a medida de como a companhia sempre esteve no alvo da pauta eleitoreira.

De alguma maneira, o mercado aprendeu a descredenciar as ingerências políticas nos últimos tempos. O que não quer dizer que o flerte com o populismo (de parte a parte, com Bolsonaro ou Lula) não incomode o investidor.

Às vésperas das eleições, a intenção declarada do candidato do PT de mexer nos preços serviu para redobrar a volatilidade nos negócios, e deslocou a Petrobras. 

(BDM)

Caged

O Caged de agosto mostrou saldo positivo de 278.639, ante 218.902 em julho. A mediana foi 269.350 vagas. O saldo no ano permanece positivo, em 1,853 milhão de vagas.

Indicadores Econômicos

ICS – O Índice de Confiança de Serviços (ICS) avançou 1,0 ponto, para 101,7 pontos, máxima desde março de 2013 (102,0), em retomada da tendência de alta vista nos últimos meses depois de em agosto ficar praticamente estável. (Investing.com Brasil)

IGP-M – O Índice Geral de Preços-Mercado (IGP-M) acelerou a queda a 0,95% em setembro, depois de recuar 0,70% no mês anterior. (Investing.com Brasil)

Indústria paulista – As vendas reais da indústria paulista recuaram 1,1% no mês de agosto frente a julho, aponta o último Levantamento de Conjuntura da Fiesp e do Ciesp. Este é o primeiro resultado negativo após dois meses com crescimento (2,2% e 2,0% nos meses de junho e julho, respectivamente). Os destaques setoriais de retração no mês foram químicos (-13,4%), têxtil (-10,5%) e alimentos (-8,0%).

A variação das horas trabalhadas na produção foi de -0,3%, e dos salários reais médios, -0,1%. O NUCI passou de 79,8% para 79,0% (-0,8 p.p.). Todos os dados acima apresentados estão livres de influência sazonal.

Apesar do dado mensal negativo, no acumulado em 12 meses até agosto, as vendas reais (-7,8%) indicam tendência de recuperação, após atingir o vale no mês de junho (-9,6%). Da mesma forma, os salários reais médios têm acumulado retração de -1,3% até agosto (-2,3% em junho).

Já as horas trabalhadas na produção acumuladas até o mês de agosto permaneceram com o mesmo acumulado até julho (+1,4%).

Auxílio Brasil

Cerca de 60 instituições financeiras demonstraram interesse em conceder empréstimos consignados aos beneficiários do Auxílio Brasil. Em entrevista na quarta-feira (28) à Voz do Brasil, o ministro da Cidadania, Ronaldo Bento, informou que essas empresas estão em processo de habilitação para participar do programa, regulamentado pela portaria 816.

(Agência Brasil)

Bancos

Os bancos que se digitalizaram antes da pandemia de covid-19 conseguiram emprestar mais na fase aguda da crise sanitária. A conclusão consta de estudo divulgado na quarta-feira (28) pelo Banco Central (BC).

De acordo com a pesquisa, que integra o Relatório de Economia Bancária, os bancos que mais investiram em tecnologia da informação conseguiram lidar melhor com o aumento de custos durante a pandemia. As instituições que se prepararam tecnologicamente, segundo o estudo, conseguiram melhorar de posição no mercado bancário, ao aumentarem a clientela que deixou de ser atendida presencialmente.

“Bancos que mais investiram em TI [tecnologia da informação] antes da pandemia conseguem ajustar melhor seus custos locais totais. Adicionalmente, aumentaram relativamente o número de clientes residentes fora da localidade da agência e o volume de concessão de crédito”, destacou o Banco Central.

(Agência Brasil)

Mega-Sena

O concurso 2.525 da Mega-Sena, realizado na quarta-feira (28) no Espaço Loterias da Caixa em São Paulo, não teve acertadores das seis dezenas. Os números sorteados foram: 03 – 20 – 22 – 37 – 41 – 43.

O próximo concurso (2.525), no sábado (1º), deve pagar um prêmio de R$ 300 milhões.

A quina teve 404 ganhadores e cada um vai receber R$ 43.914,62. Os 30.194 acertadores da quadra receberão o prêmio individual de R$ 839,40.

As apostas podem ser feitas até as 19:00 (horário de Brasília) do dia do sorteio, em qualquer lotérica do país ou pela internet, no site da Caixa Econômica Federal.

A aposta simples, com seis dezenas, custa R$ 4,50.

(Agência Brasil)

Máquinas e equipamentos

O faturamento da indústria de máquinas e equipamentos registrou queda de 9,0% em agosto na comparação com o mesmo mês do ano passado. Segundo balanço divulgado na quarta-feira (28) pela Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), a receita líquida total ficou em R$ 28,341 bilhões.

(Agência Brasil)

EUA

PIB – O Produto Interno Bruto (PIB) do segundo trimestre de 2022 dos Estados Unidos ficou em -0,6%, de acordo com a terceira divulgação de dados feita nesta quinta-feira (29).

O resultado veio igual a previsão de queda de -0,6 do mercado, mas acima dos -1,6% prévios. Por ser o segundo trimestre consecutivo com o PIB em queda, isso já configura um cenário de recessão técnica nos Estados Unidos. 

Inflação – Também foi divulgada nesta manhã a inflação nos Estados Unidos, medida pelo PCE, que subiu 7,5% no segundo trimestre.

O resultado ficou acima dos 7,1% previstos e dos 7,1% anteriores. O PCE, um dos principais indicadores que o Federal Reserve, tem sido utilizado pela autoridade monetária em suas deliberações sobre as taxas de juros. 

Quando observado apenas o núcleo do índice de preços PCE, o resultado de segundo trimestre veio em 5,60%, maior do que a projeção de 4,40% e do que os 5,20% prévios. 

Seguro-desemprego – Por fim, a bateria de dados divulgados nesta quinta-feira foi completa com a divulgação dos pedidos iniciais por seguro-desemprego da semana passada nos EUA.

Os números vieram abaixo da previsão de  215 mil benefícios dos economistas do mercado, segundo dados do Departamento de Trabalho.

Foram solicitados 193 mil benefícios, contra 209 mil revisados da semana passada. 

O número de solicitações contínuas ficou abaixo da previsão de 1,388 milhão, com 1,347 milhão de benefícios solicitados. O resultado também veio menor do que o número revisado da semana anterior de 1,376 milhão.

Ásia

As bolsas asiáticas fecharam sem direção única, com algumas delas favorecidas pela vigorosa recuperação de Wall Street após uma intervenção do Banco da Inglaterra (BoE) para conter uma possível crise financeira.

Europa

Alemanha – O governo alemão chegou a um acordo sobre um pacote de alívio abrangente que envolve gastos significativos, mas responsáveis, para combater a alta dos preços da energia, disseram fontes governamentais nesta quinta-feira.

Uma fonte disse à Reuters que um volume de 200 bilhões de euros foi discutido. Um imposto sobre gás previamente planejado para os consumidores vai ser descartado sob o pacote para não aumentar ainda mais os preços do combustível. (Reuters)

Reino Unido – A primeira-ministra do Reino Unido, Liz Truss, defendeu um plano de cortes de impostos que abalou os mercados financeiros.

Zona do Euro – O índice de sentimento econômico da zona do euro, que mede a confiança de setores corporativos e dos consumidores, caiu de 97,3 pontos em agosto para 93,7 pontos em setembro.

Esse foi o menor patamar desde novembro de 2020, de acordo com a Comissão Europeia.

O resultado de setembro ficou bem aquém da expectativa de analistas consultados pelo Wall Street Journal, que previam queda do indicador a 96 pontos.

Commodities

Petróleo – A Organização dos Países Exportadores de Petróleo se reúne no dia 5 de outubro. Fontes da Opep ouvidas pela Reuters citam no encontro discussão de corte de produção de petróleo. A redução do volume de barris por dia ainda permanece incerta, informa a agência. (Reuters)

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