Influencer investimentos

Por que copiar os investimentos do influencer (ou de qualquer outra pessoa) pode dar errado

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Um colega aparece usando uma camisa bacana. Animado, você pergunta onde ele comprou a peça, já pensando em passar na loja depois do trabalho. Chegando no endereço, pede exatamente a mesma roupa e experimenta. Mas ela nem serve direito em você, o caimento é estranho… O mesmo pode acontecer quando você replica a carteira de alguém com os seus investimentos.

Seja a alocação do influencer postada no final do mês ou a carteira recomendada da corretora que você confia, aquele conjunto de ativos, naquela porcentagem, muito provavelmente não vai fazer sentido para você. “Um pacote feito para milhares de pessoas e que segue os objetivos diferentes do seus não vai servir para você”, afirma André Barbosa, sócio da Toro Investimentos. 

Apesar de ser um atalho fácil, as sugestões de investimentos não levam em conta o seu contexto de vida, suas características pessoais, como atividade profissional e idade, horizontes e perfil de tolerância a perdas, aponta Mario Kepler, estrategista da Portofino Investimentos. “Um autônomo, por exemplo, com renda menos estável, pode precisar de uma reserva de emergência maior”, exemplifica. “É importante adaptar seus investimentos ao seu universo”. 

Mas isso não significa que as carteiras sugeridas por corretoras não sejam fontes de informação confiável. Para quem está começando, são um bom ponto de partida, como explica Henrique Esteter, analista da Guide. “É um ótimo início, pois são feitas por profissionais, com uma tese de estudos por trás”, diz. “Mesmo para quem tem experiência no mercado, são importantes para ouvir outras opiniões distintas”. 

Assim, o recomendado é usar as alocações prontas como uma ferramenta, não como um fim em si mesmo. “Cada pessoa deve procurar conhecimento e desenvolver suas habilidades para ter senso crítico em relação a todos os produtos”, aconselha André Barbosa, da Toro. No entanto, para o especialista, as carteiras sugeridas são maneiras de conhecer e ter referências sobre diversos ativos. 

“Elas geralmente também trazem estratégias de proteção ao risco, que valem para todo mundo”, lembra Mario Kepler. O estrategista indica adaptar o percentual alocação em ouro e em dólar, usados como portos seguros, às suas particularidades como investidor.

Para voar sozinho

Se usar recomendações prontas não é o ideal, como montar seu portfólio sem recorrer a serviços personalizados — ainda inacessíveis a pessoas de maior patrimônio? Apesar de o ideal ser contar com um assessor de investimentos, não é impossível ter bons resultados sozinho. 

“Procurar educação financeira, diversificar investimentos e ter expectativas de longo prazo aumentam muito as chances de sucesso”, defende André Barbosa. Ir aos poucos, analisando ativos conforme seu tempo livre, também é um caminho, defende Henrique Esteter, da Guide. 

Os fundos de investimento são outra opção mais personalizada e que contam com gestores qualificados, lembra Mario Kepler. “Isso não só para iniciantes, mas pra quem não quer ou não pode acompanhar as aplicações todo dia”, indica.

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