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Por que os fundos imobiliários estão crescendo? São um bom investimento?

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Em novembro de 2019, uma pesquisa da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) mostrou que, naquele mês, os Fundos Imobiliários atingiram o maior volume de novas emissões da história. O valor total captado por esses ativos até o penúltimo mês do ano foi de R$ 32,5 bilhões.

Segundo Alessandro Vedrossi, sócio-diretor da Valora, gestora de investimentos, o crescimento dos Fundos Imobiliários pode estar relacionado diretamente com a queda da taxa Selic. “Neste ano, a Selic alcançou seus valores mínimos e, com isso, claramente surgem novos espaços para outros produtos do mercado. Na minha visão, não há menor dúvida de que os fundos imobiliários dependeram dessa queda da Selic para se desenvolverem”, afirmou.

Mas, como os imóveis podem estar relacionados com a Selic? O que são esses fundos de investimentos? Eles são um bom investimento para mim? Se você quer saber mais sobre esse assunto, continue lendo a matéria porque a SpaceMoney vai tirar algumas dúvidas.

O que são os Fundos Imobiliários?

Os fundos imobiliários são fundos de investimentos fechados, considerados de renda variável e negociados em bolsa de valores. Ao adquirir uma cota desses fundos você se torna sócio de um empreendimento imobiliário, ou seja, adquire um pedaço de um imóvel.

Assim como no mercado de ações, essas cotas oscilam. Dessa forma, pode acontecer desvalorização ou valorização e você pode perder bastante dinheiro ou ganhar muito também.

Por que estão em crescimento?

Em 2018, a quantidade captada em fundos imobiliários foi de R$ 15,6 bilhões no Brasil. A disparada para mais de R$ 30 bilhões, no ano presente, pode ser explicada pelo atual cenário de juros no país, segundo Alessandro Vedrossi, sócio-diretor da Valora Investimentos.

“A queda da Selic faz com que os investidores procurem investimentos alternativos mais rentáveis. Contudo, o valor baixo da taxa também faz com que o mercado de crédito, inclusive o [crédito] privado, fique mais atrativo. Isso ocorre porque com a Selic mais baixa o crédito fica mais barato”, explicou Vedrossi.

Na visão do especialista, com o crédito mais acessível é possível que a compra de imóveis fique mais fácil para as pessoas e, assim, são gerados estímulos no mercado imobiliário residencial.

Contudo, Vedrossi acredita que os fundos imobiliários possuem potencial para crescerem ainda mais e está otimista em relação a 2020. “Se você compara esse volume de outros países com o volume dos fundos no Brasil a diferença é grande, então, aqui na Valora, a gente enxerga que ainda há espaço para muito crescimento”, compartilhou.

Em maio de 2019, o valor de mercado dos fundos Imobiliário brasileiros registrou a maior soma da história: R$ 48,2 bilhões. Sem dúvida, uma soma considerável, mas ínfima se comparada, por exemplo, à captação desse mercado nos EUA. Naquele país, os Real Estate Investment Trust, ou REITs, fundos imobiliários do mercado norte-americano, acumulavam um valor de mercado de US$ 1,2 trilhão em março deste ano.

De volta ao Brasil, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), autarquia do Governo Federal que normaliza e fiscaliza o mercado de capitais, tem sob sua análise mais de R$ 2,9 bilhões em ofertas de fundos imobiliários. Caso se concretizem ainda em 2019, o ano tem potencial para fechar com total de R$ 35,4 bilhões em emissões de cotas de fundos imobiliários.

O patrimônio líquido dos 200 fundos listados em bolsa alcançou R$ 74,4 bilhões em outubro, com alta de 35,8% no ano. Já a quantidade de investidores em fundos listados passou para 517 mil. Dez meses atrás, o total era de apenas 230 mil, segundo boletim oficial da B3.

São um bom investimento?

No Brasil, de acordo com o levantamento da Anbima, 31% dos investidores brasileiros pretendem comprar um imóvel ou terreno. Além disso, no país é muito comum que as pessoas queiram comprar imóveis para alugar e ganhar uma renda extra. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou que o número de imóveis alugados no Brasil aumentou 5,3% em 2018.

Na visão de Alessandro Vedrossi, sócio-diretor da Valora Investimentos, aplicar em um fundo imobiliário pode ser mais vantajoso do que comprar para alugar. Alguns dos benefícios listados por ele são:

Garantia

“No âmbito do aluguel você deve ter em mente que: se você está alugando para alguém hoje, mas se, de repente, esse alguém vai embora amanhã, a sua renda de lucro do aluguel passa a ser zero. No fundo imobiliário você tem mais garantia porque você quem decide quando vender as suas cotas”, argumentou Vedrossi.

A liquidez

“Se você tem um apartamento de R$ 300 mil para alugar, mas precisa de R$ 50 mil para alguma emergência você vai ter de vender esse apartamento, pegar os R$ 50 mil e fazer alguma coisa com os R$ 250 mil. Contudo, se você tem R$ 300 mil em fundos imobiliários você pode muito bem vender apenas R$ 50 mil em cotas e continuar com R$ 250 mil aplicado”, explicou o especialista.

Além disso, Vedrossi lembra que vender um apartamento é mais difícil que vender uma cota de um fundo. “Você pode conseguir vender esse imóvel daqui um dia ou daqui 15 anos. Veja os riscos”, finalizou.

Questão fiscal

Os fundos imobiliários possuem isenção de imposto de renda nos rendimentos mensais. Esse benefícios são para pessoas físicas, desde que o quotista não tenha mais de 10% em cotas do fundo.

Inclusão

Há diversos fundos no mercado, e, alguns, possuem aplicações mínimas bastante baixas. Para o investidor médio, essa é uma ótima opção, porque com R$ 5 mil, por exemplo, você consegue aplicar em um fundo. Com o mesmo valor, você não consegue comprar um apartamento.

Para quem é indicado?

Os fundos imobiliários são considerados de renda variável, é fato, mas é importante saber que há ativos dessa modalidade que se aplicam aos investidores conservadores, moderados e também aos arrojados. Para saber qual é o ideal para o seu perfil, você pode falar com os assessores de investimentos da SpaceMoney!

 

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