Petróleo

Preços do petróleo sobem com aposta em estímulo pós-eleitoral

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Por Geoffrey Smith, da Investing.com – Os preços do petróleo bruto subiam na terça-feira (3) em uma alta dos ativos de risco em paralelo com as ações, com os mercados apostando na probabilidade de políticas inflacionárias agressivas após as eleições nos EUA de terça-feira.

Às 16h04 (horário de Brasília), os futuros do petróleo dos EUA subiam 2,88%, a US$ 37,87 o barril, enquanto os futuros do Brent subiam 2,51%, a US$ 39,95 o barril.

Os futuros da gasolina nos EUA subiam 2,4%, para US$ 1,0769 o galão, apoiados em parte por dados que mostram uma recuperação na demanda de gasolina dos EUA desde a queda surpreendentemente acentuada da semana passada. Patrick de Haan, da GasBuddy, disse via Twitter que a demanda nos últimos dois dias aumentou 3% semana a semana.

No entanto, no curto prazo, o mercado será liderado mais pela estimativa semanal dos estoques de petróleo e produtos dos EUA do American Petroleum Institute, esperados às 17h30, como de costume. Os analistas esperam que os estoques tenham subido pouco menos de 2 milhões de barris, após o aumento da semana passada de 4,58 milhões de barris.

Houve também algum apoio para as perspectivas de longo prazo, já que a Argélia, que detém a presidência rotativa da Opep, pediu ao grupo para congelar seus atuais níveis de produção por mais alguns meses, dadas as novas restrições à vida econômica e social na Europa e – provavelmente – nos EUA devido ao coronavírus, que devem manter a demanda baixa durante o inverno.

Atualmente, a Opep e seus aliados liderados pela Rússia pretendem aumentar sua produção em 2 milhões de barris por dia, a partir do início do próximo ano.

O ministro do Petróleo da Argélia foi citado por noticiários dizendo que tanto a Arábia Saudita quanto a Rússia estavam tentando convencer outros países da necessidade de adiar o aumento. Isso é importante porque esses dois geralmente têm sido capazes de impor sua vontade ao resto do grupo nos últimos dois anos agindo em conjunto.

A maioria dos membros da Opep precisa de preços mais altos para equilibrar seus orçamentos. Mesmo a Rússia, cujo orçamento se equilibra facilmente em níveis em torno de US$ 40, convocou uma reunião com seus maiores produtores de petróleo na segunda-feira para discutir a situação, de acordo com a mídia local. Os detalhes de seu resultado foram escassos.

O efeito da pandemia na demanda mundial é um lembrete para alguns que as tendências do ciclo do petróleo são diferentes daquelas do ciclo político dos EUA.

“As duas megatendências que o presidente vencedor herdará em energia estão absolutamente firmemente estabelecidas e é improvável que mudem como resultado de políticas partidárias”, disse Paul Sankey, da Sankey pesquisas, em uma nota a clientes. “A megatendência da última década foi o crescimento da oferta de petróleo nos EUA. Essa reversão está bem encaminhada.”

Dentro dessa estrutura mais ampla, os analistas ainda esperam que os preços do petróleo sejam apoiados por qualquer pacote de estímulo dos EUA, mesmo aquele que visa a transição da economia dos EUA para fontes de energia mais verdes.

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