Fundos de investimento

Previdência privada: patamar de juros baixo e diversificação turbinam fundos no 1º semestre

Levantamento da previtech Onze conclui que vinte fundos previdenciários de renda fixa e de multimercado apresentaram retorno positivo no período

- Nicholas Cappello via Unsplash
- Nicholas Cappello via Unsplash

Segundo dados da Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais), os fundos de previdência de renda fixa apresentaram resgate líquido de R$ 39 bilhões nos primeiro semestre deste ano. No mesmo período, os fundos previdenciários de ações e, principalmente, multimercado, captaram R$ 49 bilhões. 

De acordo com a Onze, fintech de previdência privada e saúde financeira (previtech), esse movimento parece estimulado não só pelo patamar de juros historicamente baixo no período, mas também pela maior difusão de conhecimento em finanças e investimentos, o que permitiu a muitas pessoas entender a importância de diversificar melhor seus investimentos – o que inclui a previdência privada, para conseguirem atingir suas metas e objetivos.

A partir de uma análise do desempenho dos dez maiores fundos previdenciários de renda fixa e dos dez maiores multimercado no segundo trimestre deste ano, a previtech conclui que a performance dos fundos foi mista. Os vinte apresentaram retorno positivo, segundo a Onze.

Entre os dez fundos de renda fixa, apenas metade superou o CDI (0,79% no trimestre).

Já entre os multimercado, apesar de sete terem superado o CDI, apenas dois bateram o IHFA – o benchmark do mercado de fundos de investimento multimercado (incluindo não previdenciários), que foi de 3,23% no trimestre. Já no acumulado do semestre, todos os 20 fundos perderam de seus respectivos benchmarks.

Juntos, os dez fundos previdenciários de renda fixa reunidos pela Onze têm cerca de R$ 197 bilhões em patrimônio, com resgate líquido de R$ 35 bilhões nos últimos seis meses.

Já os fundos multimercado têm cerca de R$ 67 bilhões em patrimônio, com captação líquida de R$ 8 bilhões no mesmo período.

Expectativas

Para o segundo semestre, a Onze afirma que as perspectivas são de continuidade do crescimento da economia global, que pode ser impulsionado se o pacote de infraestrutura norte-americano for aprovado, beneficiando a renda variável.

Todavia, caso a inflação americana se mostre persistente, a previtech avalia que o Fed pode antecipar a redução dos estímulos monetários, impactando negativamente os ativos de risco em âmbito global.

No cenário interno, as projeções da empresa são de incertezas quanto aos preços das commodities, "pois não se sabe se o aumento da demanda se sustentará com o retorno do ritmo normal de crescimento global".

Além disso, a grave crise hídrica pode acelerar o aumento da inflação, de acordo com a Onze, e pode levar o Banco Central a aumentar a Selic para além do nível neutro. "O que pesaria no crescimento da economia", diz.

Os impactos da CPI da Covid podem influenciar negativamente o preço dos ativos, assim como o desdobramento da corrida presidencial para 2022 – que deve ser incorporado ao preço dos ativos, afirma a Onze.

"Para enfrentar esse ambiente de incertezas, continuam sendo mais indicados os fundos de previdência diversificados, que investem em diferentes classes de ativo (renda fixa pós-fixada, pré-fixada, indexada à inflação e ações) e moedas, além de diversificarem geograficamente", recomenda.

Com informações de NR-7 Comunicação.

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