Receber parte do salário em uma moeda descentralizada, de fácil acesso em qualquer canto do mundo. O que parece algo futurista está cada vez mais próximo de ser realidade.
O Projeto de Lei 3908, de 2021, de autoria do deputado federal Luizão Goulart (Republicanos-PR), foi apresentado à mesa diretora da Câmara dos Deputados no dia 4 de novembro, e pode permitir que parte do pagamento dos setores público e privado possa ser feito por meio de criptomoedas, entre elas o Bitcoin.
"As criptomoedas usam o sistema decentralizado, ou seja, suas transações são controladas por uma só pessoas ou entidade central. Nossa proposição vem ao encontro dessa modernidade, estabelecendo que de forma opcional o trabalhador possa receber parte de sua remuneração em qualquer tipo de criptomoeda vigente no mercado financeiro", explica o deputado federal Luizão Goulart.
As criptomoedas se caracterizam justamente pela descentralização. Por não estarem submetidas a nenhum governo em específico, podem ser aceitas em qualquer país.
"Geralmente baseadas no valor do dólar, elas têm maior alcance que a moeda estadunidense sem deixar de apresentar valor real em transações", aponta Francisley Valdevino da Silva, CEO da Intergalaxy SA, empresa especializada em tecnologia e comunicação que desenvolve softwares, interfaces e aplicativos através da rede Blockchain.
Remuneração por criptomoedas ao redor do mundo
A possibilidade de receber parte do salário em bitcoin ou outra moeda digital já está sendo discutida em outros países.
El Salvador já aceitou bitcoin como sua moeda oficial e permite que funcionários escolham se recebem pagamento em dólar ou na criptomoeda, e as empresas são obrigadas a acatar a decisão.
"No caso brasileiro, há maior maleabilidade nessas escolhas, o que torna as opções mais abertas e favoráveis para ambas as partes. Essa possibilidade colocaria o Brasil na vanguarda do uso de critpoativos", destaca Silva.
Para os funcionários, o pagamento em moedas digitais tem vantagens como o acesso em qualquer parte do mundo e facilidade de compras internacionais, por exemplo.
"Isso também favorece o investimento, caso o empregado queira investir, sem precisar comprar criptoativos e tendo uma entrada regular de valores. O recebimento de parte do salário ainda em real brasileiro mantém a economia nacional em alta de forma responsável e auxilia funcionários a administrar melhor as duas moedas para sua economia familiar", completa o especialista.
Com informações de P+G Comunicação Integrada.