Banco do Brasil

Projeto de reforma da Previdência anima mercados e Ibovespa sobe 2,2%, para 98 mil pontos; dólar cai

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O anúncio do projeto de reforma da Previdência do governo animou os investidores no fim do dia de hoje, fazendo o Índice Bovespa voltar para os 98 mil pontos e o dólar comercial recuar para R$ 3,71. Os investidores receberam bem a proposta aprovada pelo presidente Jair Bolsonaro, de fixar uma idade mínima de 62 anos para mulheres e 65 para homens e um período de transição para as novas regras de 12 anos. A preferência seria uma idade mínima de 65 anos para ambos os sexos, mas analistas admitem que o resultado da proposta será suficiente para garantir uma economia aos cofres públicos de R$ 1 trilhão em 10 anos. O texto ainda terá de passar pelo Congresso e pode sofrer modificações.

Crise das Laranjas

Há também os riscos da crise envolvendo o secretário-geral da Presidência e ex-presidente do partido do presidente, Gustavo Bebiano, do PSL, acusado de financiar falsas candidaturas, de candidatas laranjas,  na eleição passada, para desviar recursos do Fundo Partidário, e que foi isolado pelo próprio Bolsonaro. Bebiano aproximou o então candidato Bolsonaro dos partidos e articulou boa parte da campanha vitoriosa do hoje presidente, e servia de referência para as articulações políticas no Congresso, ao lado do chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni. A rapidez com que Bolsonaro se afastou de Bebiano surpreendeu o meio político e pode ter repercussões sobre a base do governo no Congresso. Mas os investidores resolveram pagar para ver e puxaram os preços das ações, apostando na reforma.

Na Bovespa, o Índice Bovespa, que reúne os principais papéis do mercado, fechou em alta de 2,27%, aos 98.015 pontos, maior nível desde 5 de fevereiro. O indicador se aproxima novamente da marca dos 100 mil pontos, mas está longe das máximas históricas se for considerada a inflação do período, e que significaria um Ibovespa perto dos 130 mil pontos.

Com a alta de hoje, o índice acumula ganho de 2,80% na semana, 0,64% no mês, 11,52% no ano e 17,32% em 12 meses.

Emergência nos EUA pelo muro

Nos EUA, as tensões entre o presidente Donald Trump e o Congresso continuam. Hoje, o presidente anunciou que vai declarar Estado de Emergência Nacional para aprovar as verbas para construir o muro na fronteira com o México, estimado em US$ 5 bilhões. A oposição democrata se recusou a incluir a despesa no Orçamento Federal.

BB sobe 5% com balanço

Entre os destaques do dia estão os bancos, liderados pelo Banco do Brasil, cuja ação ON fechou em alta de 5,11%. O banco divulgou hoje seu resultado do quarto trimestre, acima do esperado pelo mercado, o que fez muitas corretoras reforçarem suas recomendações de compra. Outros bancos também subiram. Itaú Unibanco PN, maior peso do Ibovespa, subiu 2,66% e Bradesco PN, 3,81%. A Unit (recibo de ações) do Santander subiu 2,68%.

Já as ações ON da Vale subiram 0,37%, ainda sob o impacto da tragédia de Brumadinho. Os papéis da Petrobras, por sua vez, fecharam em alta de 3,45% o PN e 2,09% o ON.

As altas do Ibovespa foram lideradas pelas ações ON do Magazine Luíza, com 5,82%, seguidas pelas ON da Sabesp, com 5,32%, as do BB e as ON da Estácio Participações, com 4,93%. Só cinco  dos 65 papéis do Ibovespa fecharam em baixa, Suzano Papel ON, -,179%, Marfrig ON, -0,53%, Gol ON, -0,52%, Hypera ON, -0,13% e Equatorial ON, -0,11%.

No mercado de câmbio, o dólar caiu 0,34%, para R$ 3,74 para venda no mercado comercial. No turismo, a queda foi de 1%, para R$ 3,87 para venda.

No mercado de juros, as taxas projetadas caíram. Os contratos futuros de Depósito Interbancário (DI) da B3 para janeiro de 2025 fecharam projetando 8,59% ao ano, ante 8,72% no dia anterior. No Tesouro Direto, os juros reais dos papéis corrigidos pela inflação, as NTN-B, para 2035 e 2045 caíram de 4,59% para 4,53%.

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