Ou melhor: as duas! Não existe certo, errado ou preferível para análise de ações, mas sim aquela que se adapta melhor às necessidades de cada investidor, afirma Rodrigo Moliterno, head de renda variável e sócio da Veedha Investimentos. “Sempre haverá a disputa entre a grafista e a fundamentalista, mas, na verdade, elas andam juntas”, explica.
Assim, o ideal é unir as duas maneiras de examinar um papel, afirma Henrique Esterte, analista da Guide Investimentos. “É o cenário perfeito”, diz. “Se você acredita que uma ação vai se valorizar ao longo do tempo, a partir da fundamentalista, pela análise técnica você pode achar o melhor momento para entrada”.
Geralmente, a análise fundamentalista é a queridinha dos buy and holders. Isso porque, ao observar os números do balanço da empresa, há o cálculo de um preço-alvo para o papel — geralmente para o final do ano. “A partir da diferença do seu target e do preço que o papel tem hoje, você toma uma decisão de compra ou venda”, comenta Esteter.
É a partir da análise fundamentalista que obtemos indicadores como dividend yield e preço/lucro. “Esse tipo de leitura se baliza em projetar o futuro para entender o presente da companhia”, diz Moliterno, da Veedha Investimentos.
Já a análise técnica utiliza movimentos passados para tentar prever o que vai acontecer futuro, a partir dos gráficos que monitoram os preços dos papéis. A ideia básica é contar com a lei da oferta e da procura e padrões de comportamento de compradores e vendedores.
“Quem opera no curto prazo, como day trade, geralmente opta por esse tipo de análise, já que é possível analisar gráficos de 30 minutos, dependendo do seu objetivo”, diz o analista da Guide.
Seja qual for a sua opção, “o importante é bastante informação”, recomenda Moliterno. “Se você não tiver todo o background de conhecimento, você pode ser pego desprevenido”. Neste sentido, a melhor opção é somar não apenas as escolas de análise, mas também o noticiário corporativo. “É fundamental na tomada de decisão estar bem informado sobre as novidades do setor e da gestão”, completa Esteter.