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Renda fixa também sofre com coronavírus e exige "cautela", diz XP

Com os impactos da pandemia de coronavírus cada vez mais expressivos, a renda fixa ainda é indicada para investidores, mas também vai exigir “cautela”. Essa é a conclusão da XP Investimentos em relatório publicado na sexta-feira (20). Isso acontece porque as baixas na economia como consequência do coronavírus aumentam os riscos de crédito e de mercado para essa modalidade de investimento.

O risco de crédito está ligado “à possibilidade de perdas resultantes da incapacidade de uma empresa cumprir com suas dívidas ou a algum outro evento que venha a deteriorar o crédito da empresa”, explica XP. A redução da atividade nas empresas pode dificultar o pagamento de dívidas, já que a geração de caixa também cai. 

O segundo, risco de mercado, é o risco de perdas por causa da flutuação nos índices de preço, câmbio e taxas de juros. E a alta volatilidade no mercado tem refletido nos preços dos títulos, resumem analistas, enquanto inflação e juros devem crescer no futuro. Tanto a curva de títulos do Tesouro (NTN-B) quanto a do DI estão abrindo e em inclinação crescente.

Especialistas indicam manter reservas de emergência. Sobre tesouro direto, é boa hora para comprar e tempos ruins para fazer resgate no caso de quem já possui. Neste caso, é melhor manter ativo até o vencimento, porque a rentabilidade negociada inicialmente se manterá. 

Emissões bancárias como CDBs ou LCs “são boa opção de ativo seguro, por contar com garantia do Fundo Garantidor de Créditos (FGC) para investimentos de até R$ 250 mil”, diz XP. Por último, a consultora acredita que o momento “eleva incertezas” sobre o crédito privado e não recomenda para compra, já que existem ativos de baixo risco mais rentáveis” 

Cenário de incertezas

Analistas da XP descrevem o panorama: como resposta à Covid-19, setores produtivos reduzem suas atividades – e consequentemente, a receita cai, levando a menor geração de caixa.

A consultora lembra que “para financiar investimentos e expandir capacidade, empresas podem recorrer à contração de dívidas, seja diretamente com bancos ou através do mercado de capitais”. 

Mas a disponibilidade de crédito também está menor, porque credores estão em clima de aversão a riscos – acentuando o risco de crédito. A renegociação de dívidas é igualmente dificultada para empresas.  

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O risco mercado, afetado pela volatilidade nos índices de preço, câmbio e taxas de juros, também aumenta no cenário atual. “ As expectativas futuras para inflação e juros estão subindo, principalmente no longo prazo, precificando incertezas em relação às políticas monetárias que estão sendo anunciadas, maior risco-país e outros receios em relação aos impactos do coronavírus na economia”, diz XP.

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