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Royalties musicais: veja o que é e como ganhar dinheiro investindo em música

Investimento ajuda a diversificar carteira, pagando por reprodução da música de seu artista favorito

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A tecnologia tem aberto portas para o mercado cultural. Filmes, livros, obras de arte, séries e músicas estão encontrando em plataformas online meios de difusão. A indústria musical, sem dúvida, está aproveitando este cenário e ampliando suas formas de reprodução. E isso significa oportunidade para músicos e investidores que podem lucrar com royalties musicais.

Nos Estados Unidos, por exemplo, a plataforma Royalty Exchange registra mais de 1.000 transações e quase US$ 100 milhões em negociações envolvendo patentes, royalties de filmes, propriedades intelectuais e outros direitos estão disponíveis através do site que conta com artistas como Drake, 50 Cent e Travis Scott. Porém, são os royalties de música que têm a maior taxa de venda e transação. 

E não é só no exterior que isso acontece. No Brasil, plataformas também possibilitam o investimento em royalties musicais. Como, por exemplo, a Hurst Capital.

As primeiras operações da Hurst com royalties tiveram início em 2020 e o interesse nesse tipo de investimento tem crescido desde então. A estrutura de capital é suportada pelos ativos em carteira, ou seja, o seu catálogo de músicas – que já possui mais de 20 mil obras e fonogramas. 

E as opções são para todas as tribus. A empresa detém direitos autorais de gêneros como MPB, rock, funk, sertanejo e forró.

Segundo Arthur Farache, CEO da Hurst Capital, as operações de royalties são mais recentes, mas já exibem resultados significativos. Ele cita a operação feita com o cantor e compositor Paulo Ricardo, por exemplo, que já soma R$ 1,5 milhão. 

Outro destaque é Luiz Avellar, com R$ 2,5 milhões captados. Avellar é um dos principais compositores de trilha sonora do país e compôs a trilha de abertura do Globo Esporte e Jornal Nacional, por exemplo, além de todas as músicas dos filmes Tainá 1, 2 e 3. 

E dá até para entender a atração pelo negócio. Afinal, ganhar dinheiro cada vez que alguém aperta o play na música do seu artista favorito parece bem interessante. 

Mas como, afinal, funcionam os royalties musicais?

Segundo Farache, as operações de royalties musicais se iniciam por meio de um contrato direto entre o originador e o artista detentor dos direitos das obras musicais e litero musicais, bem como dos fonogramas, conforme especificamente detalhados por meio de um contrato. 

Por meio destes contratos com os artistas, o originador se torna titular de uma fração dos recebíveis, por determinado período de tempo ou ad eternum, que serão gerados a partir da reprodução das referidas músicas no tempo.

Os recebíveis estão atrelados ao número de vezes em que determinada obra musical e o fonograma serão executados publicamente ou reproduzidos em diferentes ambientes e plataformas, inclusive de streaming, que gerem, ao titular dos royalties de música, o direito ao recebimento de determinada quantia por tal reprodução. 

Por outro lado, para o artista, a principal vantagem é a antecipação de caixa para diversificação de investimentos, seja financeiros ou em novos projetos.  

“Para a precificação, avaliamos os valores arrecadados pelo artista no passado, fazemos a projeção do fluxo de caixa futuro do artista, levando em consideração as variantes do mercado da música, e entramos em acordo com o artista”, detalha Farache.

Mas…e os riscos?

Para quem vai investir, sempre é preciso pensar nos riscos. No caso dos royalties musicais, Farache chama atenção para os seguintes pontos:

– Alterações no cenário econômico que tragam significativas quedas de receita para os indivíduos, ou que atrapalhem a captação de recursos e investimento para eventos culturais e artísticos, podem retardar o crescimento das execuções públicas nesse mercado.

-Pirataria e Falsificação também são um problema. Apesar do declínio da pirataria na indústria musical, ainda existe o risco de surgirem novos métodos de falsificação que podem ter efeitos adversos na geração de receita do portfólio musical.

– O ECAD (Escritório Central de Arrecadação e Distribuição), pode alterar suas taxas de cobrança e distribuição de royalties a depender de movimentos do mercado.

– Número de Execuções. Esse risco compreende o portfólio de músicas em seu total não terem o número de reproduções esperado e, portanto, não retornem a receita esperada

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