Inflação

RTI: estrategista da Warren Rena acredita que BC pode estar 'superestimando' inflação no curto prazo

Nesta quinta-feira (28), o Banco Central divulgou o conteúdo integral do Relatório Trimestral da Inflação

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Nesta quinta-feira (28), o Banco Central (BC) divulgou o conteúdo integral do Relatório Trimestral da Inflação (RTI). 

A projeção de crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) para 2023 passou de 2,00% para 2,90%, em reflexo sobretudo à surpresa com o crescimento no segundo trimestre. Para 2024, projeta-se crescimento de 1,8%.

Na comparação com o relatório anterior, as projeções de inflação permaneceram em 5,00% em 2023, subiram para 3,50% em 2024 e se mantiveram em 3,10% em 2025.

O BC considera uma perspectiva de desaceleração gradual do componente de inflação. A Warren Rena destacou que a avaliação vai em linha com a projeção da casa. "A variação mensal da média dos núcleos de inflação deve permanecer em patamar acima do compatível com a meta de inflação, mas dentro do intervalo que corresponde à banda de tolerância", afirma Sérgio Goldenstein, estrategista-chefe da Warren Rena.

Goldenstein também ressaltou que a revisão da projeção do IPCA de setembro pelo BC em 0,12 p.p. para 0,38% é justificada pela concentração no segmento de preços administrados, cuja variação no mês ainda deve refletir o reajuste do preço da gasolina aos distribuidores em meados de agosto. A projeção da instituição é de 0,27% para o período. 

Ele destacou ainda que a autoridade anunciou que adotará no seu cenário de referência, a partir de sua próxima reunião, o período de dez dias úteis em vez de cinco para os valores de partida da taxa de câmbio e do preço do petróleo. O movimento é visto como um passo para reduzir a suscetibilidade à volatilidade e em consonância com o praticado em outros bancos centrais. 

"Para concluir, gostaríamos de destacar que consideramos que o BC pode estar superestimando a inflação de curto prazo e incorpora uma projeção otimista para o PIB de 2024. Vale destacar que, mesmo tendo passado a estimar um hiato mais estreito, a projeção de inflação para 2025, em 3,1%, está ao redor da meta, sendo que esse ano assumirá um peso crescente no horizonte relevante da política monetária", completa o estrategista. 

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