Em relatório, a Ágora Investimentos avaliou se a Sabesp (SBSP3) pode acelerar investimentos (capex) enquanto contém tarifas.
O projeto de lei de privatização foi enviado ao Legislativo estadual de São Paulo (SP) e a companhia discute possíveis saídas para solucionar este impasse, que foi uma promessa feita pelo governo do estado.
A casa de análise aponta que uma solução abrangente "é fundamental para atrair investidores para a oferta de capital de privatização da Sabesp, uma vez que isso não pode ser visto como um encargo potencial para as tarifas."
Para o estado mitigar a tarifa da companhia em caso de privatização, à sua disposição estariam aproximadamente R$ 5,5 bilhões (VPL) usando 1/3 dos recursos provenientes da venda de parte de suas ações da Sabesp na privatização e dividendos futuros até a universalização dos serviços de saneamento em 2029
Para a Ágora, o montante é suficiente para construir um plano confiável e robusto para conter as tarifas da Sabesp, construir o apoio da opinião pública e, em última análise, pressionar pela aprovação da privatização no Legislativo estadual.
"Notavelmente, dadas as leis que determinam a universalização dos serviços de saneamento, é inevitável que a tarifa da Sabesp aumente, mesmo que não seja privatizada", pontuam os analistas Francisco Navarrete e Ricardo França.
No entanto, a equipe também ressalta que a única diferença é que em anos anteriores, a tarifa estatal da Sabesp subiria menos – e em um ritmo mais constante – uma vez que o investimento em expansão é menor (R$ 55 bilhões) e distribuído até 2033 (vs. os R$ 65 bilhões da empresa privada até 2029).
Apesar disso, tudo mais constante, assumindo o capex total igual implantado durante a concessão total, a empresa estatal e a empresa privada teriam suas tarifas subindo para níveis semelhantes até 2036.
Uma possível solução, segundo a Ágora, seria ajustar o cálculo das tarifas de forma retrospectiva, o que atenuaria a revisão de 2025 e poderia até resultar numa ligeira queda das tarifas.