ETF

Se você nunca investiu em ações e quer começar, precisa conhecer ETFs

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Com a crise do coronavírus e a derrocada dos preços das ações, muitos investidores iniciantes viram uma boa oportunidade de entrada na bolsa. Mas navegar no mar desconhecido do mercado financeiro pode ser difícil para marinheiros de primeira viagem. E um bom instrumento para a tarefa para isso pode ser os ETFs. 

Os Exchange Traded Funds são fundos de índice ou renda fixa, negociados como se fossem ações. Isso significa que eles são uma cesta de produtos formada a partir do índice que replicam, como um “combo” de ativos. Por exemplo: o BOVA11 é um ETF atrelado ao Ibovespa, incluindo ações negociadas na B3. E isso por valores modestos, por cerca de R$ 100. 

“É um produto que vejo com muito bons olhos para quem está entrando no mercado”, afirma Sérgio Brito, sócio da Ipê Investimentos. “Já vem diversificado, bom para quem ainda não tem expertise”. Mesmo com a sangria do mês de março, os ETFs captaram R$ 5,5 bilhões durante o período, mais do que os fundos multimercado, por exemplo, segundo dados da Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais).

Os ETFs, ao contrário de papéis específicos, não apanham tanto com uma única manchete negativa no noticiário corporativo. “Ele segue a média, performando como o índice”, explica Fábio Louzada, fundador do Eu Me Banco. “É uma boa opção para o longo prazo, pensando na bolsa como um todo”. 

Além disso, é um ativo com alta liquidez: uma vez vendido, o valor entra na sua conta no mesmo prazo de uma ação, 2 dias. “Os fundos de ações também são diversificados, mas mais engessados”, explica Rodrigo Knudsen, do time de gestão da Vitreo. “Você pode demorar de 60 a 90 dias para receber um resgate”. 

Os ETFs permitem inclusive investir em bolsas de outros países, como dos Estados Unidos, embora agora não seja o momento para isso, como avalia Louzada. “Os EUA já atingiram o auge e agora estão num momento complicado, com o coronavírus e as eleições”, diz. “Já o Brasil tem muita capacidade ociosa e espaço para crescer na recuperação”. 

Por outro lado…

Já para investidores mais experientes, os ETFs não são atrativos. Com mais conhecimento sobre o mercado, eles querem tomar suas decisões mais livremente. “O BOVA11, por exemplo, é muito concentrado, só a Vale tem peso de 10%”, aponta Sérgio Brito. 

Para montar uma carteira menos concentrada em bancos, por exemplo, que ocupam boa parte do Ibovespa, “seria necessário fazer isso sozinho ou via fundos de investimento, contando com um gestor”, diz Knudsen.

Além disso, é preciso ficar atento à taxa de administração dos ETFs, que varia de 0,20% a 0,80%, lembra Brito. “Já a tributação é como das ações: isenta até lucro de R$ 20 mil e 15% acima disso”. 

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