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Semana começa de olho no relatório da Previdência e nos juros e ameaça de greve geral; Ibovespa mais perto dos 100 mil pontos

Imagem descrevendo ações do Ibovespa
Ibovespa atinge novo recorde histórico, impulsionado por commodities e alta da Petrobras. | Reprodução

As atenções dos investidores brasileiros devem estar nesta semana concentradas no relatório da Previdência na Comissão Especial e na aprovação do crédito suplementar que o governo precisa para pagar benefícios e o Plano Safra. A expectativa é que o deputado Samuel Moreira (PSDB-SP) apresente seu parecer, mas há muita discussão ainda em torno da questão da reforma valer também para Estados e municípios. Governadores pressionam para que a reforma das aposentadorias também os beneficie, e vão fazer uma reunião em Brasília para defender a inclusão, mas os deputados estão preocupados com o impacto em suas bases eleitorais. O receio é que a discussão dificulte a aprovação da reforma ainda este mês, antes do recesso, como deseja o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni. Ao mesmo tempo, partidos de oposição ameaçam com uma greve geral no próximo dia 14, sexta-feira, contra a reforma.

No calendário econômico, os destaques serão os indicadores de atividade, com as pesquisas mensais do comércio, na quarta-feira, e dos serviços, na quinta-feira, calculadas pelo IBGE referentes a abril. O Indicador de Atividade do Banco Central (IBC-Br) sai na sexta-feira, mesmo dia em que devem sair os dados de emprego com carteira assinada, o Caged, de maio.

Guerra comercial é tema do G-20; Trump se acerta com o México

No exterior, a expectativa é com desdobramentos da guerra comercial entre China e EUA. No encontro de ministros das Finanças do G-20 no Japão neste fim de semana, que antecede a reunião dos presidentes prevista para o fim do mês, o comunicado manifestou preocupação com a “intensificação” das tensões geopolíticas, que elevam os riscos para o crescimento global. Os ministros evitaram, porém, pedir uma solução para o agravamento das tensões entre EUA e China. Mas o recado foi claro.

No fim de semana, o presidente Donald Trump acalmou um pouco os mercados ao anunciar um acordo com o México para limitar a entrada de imigrantes, evitando o aumento das tarifas de importação para produtos mexicanos previsto para segunda-feira.

Reunião antes do Copom e do Fomc

O Banco Fator destaca que esta semana antecede a da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) e do Comitê de Mercado Aberto (Fomc) do Federal Reserve (Fed, banco central americano). Os dados recentes de inflação no Brasil e emprego nos EUA sugerem semana de posicionamento para baixo dos juros.

Segunda-feira saem as projeções do mercado coletadas pelo Banco Central (BC) no boletim Focus. Elas podem trazer novas reduções para as estimativas de juros, depois dos dados fracos da economia e da inflação brasileira e da queda da geração de emprego nos EUA da semana passada. Saem também o PIB do Japão no primeiro trimestre e a produção industrial do Reino Unido.

Na terça, a Fundação Getulio Vargas divulga a primeira prévia do IGP-M de junho, que segundo o Banco Fator pode vir com alta de 0,45%, menos que o 0,58% do mês passado. Nos EUA, saem os preços no atacado (PPI) de maio e, na China, os preços ao consumidor (CPI).

Na quarta, saem dados de vendas no varejo do IBGE, com expectativa de queda de 0,1% no mês e de 0,2% se incluídos veículos e materiais de construção. Nos EUA, sai a inflação de varejo (CPI).

Quinta-feira sai a Produção Industrial da zona do euro de abril e, no Brasil, o Volume do Setor de Serviços de abril. Na Argentina, será divulgada a inflação de maio. Na China, é dia de conhecer a Produção Industrial e as Vendas no Varejo de maio.

Na sexta-feira, saem o IGP-10 de junho e, nos EUA, a Produção Industrial de maio e a Confiança do Consumidor da Universidade de Michigan de junho. Saem ainda o IBC-Br de abril, que pode ter queda no mês de 0,3% em relação ao mês anterior, de acordo com a LCA. As centrais sindicais e os partidos de oposição chamam também para uma greve geral que pode ser confirmada nesta sexta-feira.

Mercado pode tentar voltar aos 100 mil pontos

A próxima semana vai começar com o noticiário internacional proveniente da reunião do G-20, onde o foco principal estará certamente nas incertezas globais, principalmente nas negociações comerciais entre EUA e China, afirma Álvaro Bandeira, economista-chefe do Banco ModalMais. “Nossa percepção é que no próximo encontro de Trump com o presidente Xi Jinping haverá chance de amenizar esse quadro”, diz o economista. O encontro acontecerá no G-20 no fim deste mês.

No Brasil, devagar, a situação vai sendo moldada para aprovação da reforma da Previdência, acredita o economista e da liberação de verba suplementar para o governo não ficar travado e sem recursos para programas. “Existem muitas medidas ainda por serem discutidas, mas pensamos que o encaminhamento delas agora está melhor, vide liberdade para estatais venderem subsidiárias”, afirma Bandeira. Se o presidente Bolsonaro não tem uma agenda positiva, a equipe econômica de Paulo Guedes certamente tem, e os investidores devem reagir favoravelmente a isso, observa.

Com isso, Bandeira acredita em uma semana positiva para os mercados de risco, e nesse ambiente a Bovespa, passando o patamar de 98.000 pontos terá condição de buscar novamente a faixa recorde de 100.000 pontos. O índice fechou sexta-feira em 97.821 pontos.

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