Semana tem crise na reforma da Previdência, ata do Copom, IPCA-15 e IGP-M, dados fiscais e PIB dos EUA

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A semana promete ser agitada com os desdobramentos da crise política entre o presidente Jair Bolsonaro e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, que pode travar a discussão da reforma da Previdência, que deveria começar a tramitar esta semana na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Está prevista a escolha do relator do projeto nesta semana, mas os desentendimentos entre Maia e Bolsonaro podem complicar o processo. O presidente da Câmara não gostou das críticas de Bolsonaro e seus aliados à “velha politica”, e indicou que vai deixar de coordenar a articulação política para aprovar a reforma. Já Bolsonaro insistiu nas críticas, afirmando que a responsabilidade de aprovar a reforma é do Congresso.

Há ainda os impactos da prisão do ex-presidente Michel Temer e seu ministro Moreira Franco antes de uma condenação, fato que pode reforçar o espírito de corpo dos parlamentares contra o Judiciário. E a proposta de reforma da previdência dos militares, que desagradou grande parte dos parlamentares.

Bombeiros com gasolina?

No fim de semana que se esperava a atuação dos “bombeiros” para acalmar os ânimos entre o Palácio do Planalto e a Câmara, o líder do governo na Casa, deputado major Vitor Hugo (PSL-GO) reforçou as críticas do presidente afirmando no Twitter que Bolsonaro “está convicto de suas atitudes” e que ele não negociará, criticando o que chama de “velha política”. As mensagens para a bancada do PSL, segundo jornais, foram feitas depois de encontro com o presidente Bolsonaro. Vitor Hugo tentou depois amenizar as críticas, afirmando que elas não se referem a Maia. Já o líder do PSL na Câmara, Delegado Waldir (GO) criticou a articulação política do governo e disse que é um equívoco fazer diferença entre nova e velha política.

Relatório Focus e contas externas

Também será uma semana carregada de dados econômicos, a começar com as previsões dos analistas para a economia no relatório Focus do Banco Central na segunda-feira. No mesmo dia, o BC divulga o relatório de contas externas do país, que deve continuar mostrando tranquilidade no balanço de conta corrente e investimento direto no país.

Ata do Copom e IPCA-15

Na terça destaque para a divulgação da ata da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) que manteve os juros em 6,5% na semana passada. Os detalhes da reunião, a primeira sob o comando do novo presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, sairão na próxima terça-feira. No mesmo dia, será conhecido o IPCA-15 de março, prévia do índice oficial usado pelo BC nas metas de inflação. O índice subiu 0,34% em fevereiro, 3,73% em 12 meses, e a expectativa do Banco Fator é de aceleração para 0,42% neste mês, com 4,05% em 12 meses.

Dados de crédito e Relatório de Inflação

Quarta-feira o BC divulga os dados de crédito, juros e taxa de inadimplência do sistema financeiro, outro indicador importante de como está a atividade pelo lado do apetite por empréstimos.

Na quinta-feira, outro evento importante será a divulgação do Relatório Trimestral de Inflação, com entrevista do diretor de Política Econômica Carlos Viana de Carvalho. No mesmo dia, sai o resultado primário do Governo Central de fevereiro. A Fundação Getulio Vargas divulga o IGP-M de março, que pode ter acelerado para 1,20% no mês e 8,21% em 12 meses, segundo o Banco Fator. Em fevereiro, o índice que corrige os aluguéis subiu 0,88%, acumulando 7,60% em 12 meses.

PIB dos EUA, atividade na Europa e Brexit

No exterior, nos Estados Unidos, a próxima semana será repleta de discursos de diretores regionais do Federal Reserve (Fed, banco central americano), destaca o Banco Fator. Mas o principal evento será a divulgação do valor final para o PIB do quarto trimestre e de 2018, que sai na quinta-feira.

Na sexta-feira, saem dados da inflação ao consumidor (CPI) da Zona do Euro e o PIB do quarto trimestre do Reino Unido, que enfrenta ainda as discussões sobre o Brexit. Qualquer dado econômico será acompanhado com grande atenção depois dos indicadores mais fracos da economia alemã na semana passada que fizeram os juros dos títulos ficarem negativos pela primeira vez em três anos.

Outra semana decisiva para o Brexit

E o Brexit continuará preocupando os analistas. Na semana passada, a primeira-ministra Theresa May encaminhou à União Europeia um pedido de adiamento do prazo final para o Brexit, cujo limite era no próximo dia 29. Os 27 demais membros do bloco concordaram em conceder aos britânicos mais tempo, estendendo o prazo em dois meses, até o dia 22 de maio. Mas a condição para esta concessão foi que o Parlamento britânico deve aprovar a proposta de May até o fim deste mês.

Assim, após duas semanas de intensa atividade no Legislativo britânico, rejeitando mais uma vez a proposta, rejeitando sair sem acordo, permitindo o pedido de adiamento e conseguindo mais tempo, o Reinio Unido encontra-se no mesmo lugar: à beira de uma nova votação no Parlamento, pela terceira vez, com baixas chances de aprovação, do acordo de Theresa May.
O Banco Fator coloca algumas questões. Se o acordo for rejeitado novamente: o Reino Unido sai da União Europeia sem acordo? A extensão do prazo será cancelada? A oposição de Thesera May pedirá um novo plebiscito? Ainda são inúmeras as possibilidades, mas, desta vez, a decisão terá que ocorrer dentro de uma semana, lembra o Fator.

Guerra comercial EUA-China

Outra preocupação dos mercados, a guerra comercial entre EUA e China, continua em banho-maria em meio às discussões entre os dois países. Representantes americanos irão a Pequim e, depois, será a vez dos chineses irem a Washington.

Turbulência terá vida curta, acredita ModalMais

Para o economista do banco digital ModalMais, Álvaro Bandeira, a turbulência política, agravada pela prisão do presidente Michel Temer e pela frustração com o projeto de reforma da Previdência dos militares terá curtíssimo prazo. A médio e longo prazo, elas significam que o Brasil está sendo passado à limpo e quer acabar com a corrupção, afirma. “Então a leitura parece ser mais positiva, à despeito da movimentação dos mercados no curto prazo. O que dá força para o presidente Bolsonaro e sua nova política distanciada do “toma lá dá cá””, acredita Bandeira. para ele, esse desequilíbrio de curto prazo não se sustenta.

Apesar disso, os mercados de risco vão seguir com grande volatilidade. “Mas reafirmamos que nossa percepção é de tendência primária de alta, agora com a presença dos investidores estrangeiros de forma mais consistente”, diz Bandeira, citando o fluxo de recursos aportado até o segundo decêndio de março, tornando o saldo do ano positivo em R$ 2,7 bilhões.

“Nosso otimismo segue reforçado e minha opinião é de que o recorde em quase 100.500 pontos pode ser novamente batido”, afirma Bandeira. Na visão negativa, o índice não deveria perder faixa próxima de 93.000 pontos, sob pena de afugentar investidores.

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