Agenda Econômica

Super Quarta com Fed e Copom, Eletrobras (ELET3), ICMS, IPCA-15: confira o que movimenta a semana

Acompanhe um resumo dos principais eventos que dominarão o período de 13 a 17 de junho

- Jerome Powell, presidente do Federal Reserve
- Jerome Powell, presidente do Federal Reserve

Por Noreen Burke, da Investing.com – Essa vai ser uma grande semana para os bancos centrais, com a "super quarta" e a expectativa geral de que o Federal Reserve realize um segundo aumento de 0,50 ponto percentual nos juros na quarta-feira.

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Os investidores irão acompanhar com atenção o que o presidente do Fed, Jerome Powell, tem a dizer sobre os próximos aumentos dos juros após os dados da inflação de sexta-feira, muito acima que o esperado.

A quarta-feira traz, além da decisão de juros americanos, resultado da reunião do Copom sobre a Selic e indicação dos próximos passos da autoridade monetária.

A expectativa também é de que o Banco da Inglaterra efetue a quinta elevação consecutiva dos juros em meio à crise do aumento do custo de vida.

Os dados das vendas do varejo nos EUA permitirão contextualizar se a inflação está erodindo o poder de compra das famílias, e os mercados de capitais devem encarar mais uma semana de turbulências.

Aqui está o que você precisa saber para começar a sua semana:

1. Fed aumenta novamente

O Fed praticamente confirmou que irá elevar as taxas de juros) em mais 50 pontos base na quarta-feira, ampliando o aumento de 0,75 ponto percentual dos juros já realizado desde março.

Um outro aumento de meio ponto percentual já está precificado para julho, com forte possibilidade de uma ação semelhante em setembro, mas este detalhe está menos claro.

Os altos níveis de inflação nos dados divulgados na sexta-feira reacenderam receios de que Powell pudesse sinalizar um ritmo mais rápido para os próximos aumentos de juros. A preocupação dos investidores é que uma elevação maior nos juros por parte do Fed possa lançar a economia numa recessão.

Os observadores do mercado estarão atentos à coletiva de imprensa de Powell após a reunião de política monetária e às previsões econômicas atualizadas do Fed, incluindo o seu “dot plot”, que detalha as perspectivas projetadas para as taxas de juros.

2. Copom, Selic e os próximos passos

A "super quarta" desta semana trará decisão sobre a Selic pelo Copom, no mesmo dia que o Fed se pronuncia sobre os juros americanos. Assim como lá, por aqui, o mercado também espera nova alta dos juros – aqui, de 0,50 p.p. para 13,25%. A dúvida está em como o comitê responsável pela política monetária no Brasil assimilará o dado do IPCA mais recente, divulgado na última quinta-feira.

Embora o avanço da inflação de maio tenha ficado abaixo do esperado, os agentes se perguntam se fatores como a disseminação elevada, a deterioração de cadeias de suprimentos no exterior pela Guerra da Ucrânia e pelo Covid-19 farão o Copom esticar mais o ciclo de aperto. Na última ata, o órgão sinalizou essa possibilidade, caso necessário.

Outra divulgação importante para as expectativas dos juros será a votação sobre redução temporária de ICMS, prevista para acontecer na segunda-feira no Senado.

A semana ainda traz o início das negociações da oferta de ações da Eletrobras (SA:ELET3), na segunda-feira e divulgação do IPCA-15 na sexta-feira. Na quinta, o mercado financeiro nacional ficará fechado devido às comemorações de Corpus Christi. 

3. BoE fará 5ª alta seguida dos juros

Na quinta-feira, o BoE deve realizar o que será a sua quinta alta de juros consecutiva de 0,25 ponto percentual desde dezembro, apesar do número crescente de bancos centrais do mundo que vêm optando por elevações de meio ponto.

O BoE foi o primeiro grande banco central a iniciar a reversão do seu estímulo para a pandemia em dezembro, mas isso não impediu que a inflação do Reino Unido atingisse em abril o seu maior nível em quatro anos, a 9%, quase cinco vezes a meta de 2% do BoE.

O BoE espera que a inflação supere 10% ao final deste ano e seu Governador, Andrew Bailey, disse em abril que o banco estava andando na corda bamba entre combater o aumento da inflação e causar uma recessão.

Também é uma semana movimentada para os dados econômicos do Reino Unido, começando pelos números do PIB de abril na segunda-feira, que devem se manter estáveis.

Os dados relativos ao emprego na terça-feira devem apontar para a continuidade da situação de estrangulamento no mercado de trabalho, com previsão de que o desemprego tenha diminuído enquanto os ganhos salariais tenham se acelerado.

4. Dados dos EUA

Os Estados Unidos devem publicar na quarta-feira os dados sobre as vendas no varejo para o mês de maio, que devem registrar desaceleração em meio a vendas mais fracas no setor automobilístico. Os números relativos à produção industrial, com divulgação prevista para sexta-feira, também deverão desacelerar, embora mantendo-se sólidos.

O calendário econômico inclui ainda o relatório sobre a inflação dos preços ao produtor na terça-feira, junto com dados sobre os pedidos iniciais de auxílio-desemprego e  início de construções residenciais na quinta-feira.

Os dados da sexta-feira mostraram que a inflação ao consumidor nos EUA saltou para 8,6% no ano a ano em maio, seu maior avanço desde 1981, com a gasolina registrando alta recorde e o custo dos alimentos disparando.

As crescentes pressões dos preços estão forçando os consumidores a mudarem os seus hábitos de consumo, alimentando receios de recessão.

5. Volatilidade do mercado de ações

As ações norte-americanas registraram sua maior queda percentual semanal desde janeiro e fecharam em baixa acentuada na sexta-feira, depois que o relatório sobre a inflação de maio jogou uma pá de cal sobre as esperanças de que as pressões dos preços poderiam ter atingido seu pico.

As vêm caindo pela maior parte do ano, num cenário de preocupações com a inflação, aumento das taxas de juros e a possibilidade de uma recessão.

Os recuos do mercado tinham se revertido em parte nas últimas semanas, com a esperança de que um possível pico da inflação permitiria ao Fed ser menos agressivo ao final deste ano.

"Tendo em conta que as pressões de preços nos EUA mostram pouco sinal de flexibilização, duvidamos que o Fed irá tirar o pé do freio tão cedo", escreveram os analistas da Capital Economics na sexta-feira. "Portanto, suspeitamos que ainda há mais dificuldades guardadas para os mercados de ativos dos EUA, com os rendimentos do Tesouro aumentando ainda mais e o mercado de capitais permanecendo sob pressão".

– a Reuters contribuiu para este artigo.

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