Suzano diz que não suspenderá postos de trabalho; ações sobem 4,48%

Por Gabriel Codas

Investing.com – Seguindo o clima de otimismo nos mercados de ações nesta terça-feira, as ações da Suzano (SA:SUZB3) são negociadas com importante valorização, acima dos ganhos do Ibovespa hoje. A companhia informou mais cedo que não irá aplicar neste momento os mecanismos de suspensão de contratos de trabalho previstos pela Medida Provisória 936. As informações foram dadas pelo presidente-executivo da maior produtora de celulose de eucalipto do mundo, Walter Schalka.

Os papéis fecharam o dia com ganhos de 4,48%, a R$ 38,00.

A MP, chamada pelo governo de Jair Bolsonaro de “Programa Emergencial de Manutenção do Emprego”, permite às empresas suspender contratos de trabalho e a reduzir salários e jornadas por até 90 dias sem necessidade de negociação com sindicatos.

“Não temos intenção de aplicar esta MP neste momento”, disse Schalka em teleconferência com jornalistas, afirmando que a Suzano possui 11 fábricas no Brasil e que todas estão operando normalmente após medidas de proteção dos funcionários tomadas pela empresa contra riscos de contágio pelo novo coronavírus.

O setor de celulose é um dos poucos no mundo que tem passado pela pandemia de Covid-19 sem sofrer grandes impactos de queda de receita, uma vez que o produto é matéria-prima para a confecção de uma série de itens médicos e de higiene como máscaras de proteção, lenços descartáveis e outros papéis sanitários.

E é justamente esta demanda por celulose para aplicação no segmento de “tissue” que está crescendo. Segundo apresentação da Suzano na semana passada, o segmento de papel tissue representa 61% da receita da Suzano e a procura cresce em todas as regiões do mundo, incentivada pela pandemia de Covid-19.

Por conta desta posição favorecida, Schalka afirmou que a Suzano está trabalhando em ações de redução dos impactos da doença no Brasil. A companhia está doando 50 milhões de reais na forma de uma série de ações que incluem embarque de 159 respiradores e milhares de máscaras hospitalares compradas na China para envio ao Brasil

Os produtos devem chegar ao Brasil na quarta-feira em um voo da Emirates, depois de uma escala em Dubai, nos Emirados Árabes. “A escolha desta rota foi proposital, o risco da carga ser retida (por autoridades de outros países) é muito baixo”, disse Schalka.

O diretor-executivo de relações e gestão legal da Suzano, Pablo Machado, afirmou que a Suzano comprou 1 milhão de máscaras hospitalares na China e que o primeiro lote de entre 250 mil a 500 mil máscaras virá junto com os respiradores. A razão para a variação no número é justamente o “risco de confisco”, disse o executivo. “Trabalhamos junto ao Itamaraty e à embaixada brasileira na China para medidas para que a carga possa chegar a salvo ao Brasil”, disse Machado.

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